Inquérito do Mês Perguntas P1 - Acha que havia motivos para se fazer um referendo à regionalização? P2 - Esperava este resultado? P3 - E quanto aos níveis de abstenção? Esperava uma participação tão escassa? P4 - Acha que no futuro será possível descentralizar sem regionalizar? Respostas Ernestina Miranda, contabilista, 50 anos R1 - Não. As câmaras são o garante suficiente para representar o povo e concretizar as suas necessidades. O que elas não têm é autonomia suficiente. Para quê a regionalização? Só serviria para os pobres ficarem mais pobres e os ricos ainda mais ricos. R2 - Sim. R3 - Para ser sincera, esperava um maior nível de abstenção. Era um tema que não interessava à generalidade da população, pelos menos nas grandes cidades. Mas ainda bem que o "Não" ganhou. R4 - Continuo a achar que o poder autárquico é suficiente.
Márcia Moreira, estudante, 17 anos R1 - Acho que sim, mas o processo foi muito mal organizado. R2 - Esperava que o "Não" ganhasse. R3 - Por acaso não. Esperava que depois do fracasso do referendo ao aborto houvesse mais pessoas a votar. R4 - Em Portugal é dífícil. É um país muito pequeno para avançar com uma reforma dessas. Talvez seja preciso dar mais poder às câmaras.
Maria da Glória, funcionária pública, 58 anos R1 - Se havia ou não motivo não sei, mas devem ser as pessoas a decidir essas matérias. R2 - Até certa altura pensei que o sim ganhasse. Mas depois comecei a ver as sondagens e perdi as esperanças. R3 - Foi demais. Surpreendeu-me. R4 - Apesar de a regionalização estar definitivamente posta de parte, penso que será possível dar mais poder às autarquias.
Manuela Mendes, educadora de infância, 29 anos R1 - Sim, porque tal como no anterior a opinião pública tem uma palavra a dar. R2 - Sinceramente não. Achava que o sim fosse ganhar. R3 - A abstenção justifica-se na medida em que as pessoas estão fartas da política. Só isso. Os políticos mentem muito e falam demais. R4 - Não sei responder ao certo, mas penso que sim. Quanto mais não seja porque "Lisboa é a capital e o resto é paisagem", como se costuma dizer. E não pode ser assim.
Carla Sousa, funcionária administrativa, 24 anos R1 - Penso que não. Apesar de ser importante o povo dar a sua opinião, foi uma perda de tempo. R2 - Sim. R3 - Era de esperar. Houve muitas pessoas que não ficaram bem informadas e a maioria nem liga. R4 - Acho que sim, desde que o governo se empenhe seriamente.
António Sérgio, médico, 40 anos R1 - Acho que não, porque as pessoas já votaram um programa nas eleições legislativas que previa a instituição da regionalização. Além disso, a regionalização está prevista na constituição há quase vinte e cinco anos. R2 - Não posso ficar surpreendido, porque foi a escolha das pessoas. R3 - Era de esperar. Se virmos o que tem acontecido ao longo dos últimos anos na política nacional era de esperar que o nível de abstenção continuasse alto. As pessoas vão gradualmente abstendo-se da política. R4 - Desde que as pessoas queiram, acho que sim. Se não se consegue regionalizar, ao menos descentralize-se. É o mínimo que se pode dar às pessoas.
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