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Brasil, universidades públicas - três meses de greve sem notícias

Neste espaço divulgamos documentos sobre uma das mais longas greves dos professores das Universidades Públicas do Brasil.
Em 10 de Março, no 'Fórum Nacional em Defesa do Ensino Público', representantes de todos os sectores de ensino lançaram para debate o 'Plano Nacional para a educação brasileira'. O documento apresentava perspectivas diametralmente opostas ao plano do governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC). A defesa do ensino público e gratuito opunha-se às perspectivas e políticas de privatização conduzidas pelo governo de FHC. Os participantes no debate de 10 de Março, apelaram à recolha massiva de assinaturas de apoio tendo apontado como meta mínima a recolha de um milhão de assinaturas.
Nos últimos dias de Março, assembleias de professores em várias universidades federais ó massivamente participadas ó apontavam para o 'deflagrar' de uma greve por tempo indeterminado. A afirmação do governo de FHC de que era impossível reajustar os salários dos professores ao mesmo tempo que os deputados se aumentavam e aumentavam os militares foi, ao que tudo indica, o detonador para a decisão de declarar greve por tempo indeterminado.
O Sindicato ANDES, que agrupa os sindicatos do ensino superior público, declarou o início da greve para 31 de Março.
A greve dos professores das Universidades Públicas Brasileiras, em muitas universidades sustentada também pelos alunos e funcionários das universidades, prolongar-se-ia até 1 de Julho. Nesse dia, a Câmara dos Deputados, aprovou o projecto de lei que cria a gratificação de estímulo à docência e propõe aumentos entre R$780 a R$1,3 mil conforme o número de aulas semanais dos professores e a respectiva categoria.
Os resultados dos três meses de greve dos universitários brasileiros, se não satisfazem os professores, foram no entanto um tempo importante de debate (dentro e fora das universidades) sobre o papel e importância do ensino público nas sociedades actuais. A greve terminou. O debate e a luta política, em defesa da Universidade Pública, tudo o indica, vai continuar.

  
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Edição:

N.º 70
Ano 7, Julho 1998

Autoria:

Redacção

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