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Acontece

NO PORTO
FAZER A FESTA. A 17ª edição do Festival Internacional de Teatro para a Infância e Juventude, promovido pelo Teatro ArtíImagem, do Porto, arranca no dia 17 de Abril e prolonga-se até 26, com a participação de mais de duas dezenas de companhias, nacionais e estrangeiras. Como habitualmente, o certame - único no seu género, no país - terá lugar em tendas montadas para o efeito nos jardins do Palácio de Cristal, onde, diariamente, acontecerão espectáculos especialmente destinados ao público infantil, num total de 14 representações; paralelamente, funcionará uma oficina de leitura de contos para crianças entre 3 e 6 anos. Para jovens e adultos, as representações acontecerão, também diariamente, às 21h45, repetindo-se os espaços 'Teatro à Meia-Noite' e 'Café-Teatro à Meia-Noite', a partir das 24 horas. A fechar todas as noites, a partir da 1 hora, haverá música no 'Café-Concerto à 25ª Hora'. Da programação fazem parte, ainda, a V Mostra de Teatro das Escolas (espectáculos às 14h30 e 18h30, nos dias 20, 22, 23 e 24) e uma série de debates subordinados ao tema 'Para que servem': os festivais de teatro (dia 20), a crítica teatral (22), o teatro nas escolas (23) e os dramaturgos portugueses (24), sempre às 18 horas.

NA DISCOGRAFIA
'SER ESTUDANTE EM ALMADA' é o primeiro fruto discográfico de um trabalho musical iniciado em Outubro na Escola Secundária Anselmo de Andrade - a TuníAnselmo. Composta por 23 alunos da escola almadense, a tuna nasceu de uma brincadeira de gente amiga e com gosto pela música, 'assumindo-se fundamentalmente como um grupo de música popular portuguesa'. O primeiro CD da TuníAnselmo foi lançado no dia 26 de Março e compreende um arranjo de 'Trovas Vicentinas' (Rui Veloso) e três temas inéditos: 'Fronteira' (fusão de música céltica e ritmos baixo-beirões), 'Ser estudante em Almada' (aventuras e desventuras de um estudante almadense) e 'Meu Caro Anselmo de Andrade', que recupera os versos satíricos dedicados pelo jornal 'A Paródia' ao patrono da escola, quando este foi nomeado ministro das Finanças (1900).

'MODAS DE DUES EIGREIJAS' é, por seu lado, o título de um CD com música e cantos tradicionais de Duas Igrejas (Miranda do Douro) recentemente apresentado naquela localidade transmontana. Trata-se de um trabalho de recolha, registo e divulgação da tradição oral e musical mirandesa, realizado pela editora Sons da Terra, em Novembro de 1997, em colaboração com a associação Galandum Galundaina, de Fonte da Aldeia. O disco foi gravado na capela de Nossa Senhora dos Montes Ermos e contém temas religiosos, modas coreográficas e cantigas de trabalho e de serões, essencialmente interpretados por mulheres. A Galandum Galundaina pretende integrar o CD no protocolo da câmara, de modo a que passe a constar das habituais ofertas em cerimónias oficiais.

EM COIMBRA
SZÈNES. Uma centena de desenhos de Arpad Szènes podem ser vistos em Coimbra até 31 de Maio. Promovida pela Câmara Municipal, a exposição está patente na galeria do antigo refeitório de Santa Cruz e reúne desenhos de várias fases da carreira do pintor de origem húngara (naturalizado francês), pertencentes ao espólio da Fundação Arpad Szènes/Vieira da Silva. A temática da mostra é variada, destacando-se os auto-retratos, as paisagens e os retratos de terceiros - Helena Vieira da Silva, com quem Szènes partilhou 50 anos de vida, foi a principal musa em toda a sua obra, quer em desenho quer em pintura.

E TAMBÉMCINEMA PORTUGUÊS A quase totalidade das mais recentes obras fílmicas de autores portugueses vão estar a concurso na quinta edição de um festival promovido pelo Centro de Estudos Cinematográficos (CEC) da Associação Académica de Coimbra, que decorrerá de 21 a 30 de Abril - de acordo com os organizadores, 'Caminhos do Cinema Português' pretende criar, 'de uma vez por todas, um verdadeiro festival de cinema português, ainda inexistente neste país'.
Se a intenção é essa - acrescentamos nós -, não se pode dizer que a programação não augure um bom futuro à iniciativa. Se não veja-se: 'Ossos' (Pedro Costa), 'A Tentação' (Joaquim Leitão), 'Le Bassin de J. W.' (João César Monteiro), 'Elas' (Luís Galvão Teles), 'Viagem ao Principio do Mundo' (Manoel de Oliveira), 'As Escolhidas' (Margarida Gil), 'Porto Santo' (Vicente Jorge Silva), são algumas das longas-metragens seleccionadas. Quanto a curtas-metragens, o programa provisório prevê a exibição de filmes de João Pedro Rodrigues ('Parabéns'), José Luís Nobre ('O Pagamento'), Pedro Pena ('Apis'), Pedro Ludgero ('A Espera'), José Alberto Pinto ('Osmose'), Jeanne Waltz ('O que te quero') e Rita Nunes ('Menos Nove').
A projecção extra-concurso de 'Amor Maldito' (Mário Augusto), 'Sacrifício no Castelo' (Paulo Castro) e 'Espelho da Alma' (Jaime Ribeiro), uma mostra de vídeo contemporâneo da Videoteca Portuguesa, a exibição de 'Moleques de Rua' (Joaquim Pinto) e 'Manual de Evasão LX 94' (Edgar Pêra) e de uma série de outras curtas-metragens, são propostas adicionais do programa, que ainda contempla dois colóquios - sobre produção cinematográfica portuguesa (Paulo Branco, Rosi Burguete e António Seabra) e a influência da crítica no público (João Lopes, Miguel Gomes e Lara Marques Pereira) -, um seminário de realização e produção (Fonseca e Costa e Carlos da Silva) e uma exposição do espólio do CEC, reunido desde a sua fundação, em 1957.
Quanto a prémios, um júri escolhido pelo o CEC distinguirá as melhores longa e curtas-metragens (ficção e animação). O prémio do público será, naturalmente, atribuído pelos espectadores, e o latinório Ardenter Imagine (paixão pela imagem) distinguirá a carreira de uma figura com uma contribuição significativa para a cinematografia nacional.

EM ÉVORA
BRUXOS E BRUXEDOS. 'Bruxarias, Objectos Insólitos e Criaturas Fantásticas' é a designação genérica de uma exposição que teve a sua première em Florença e que, após uma digressão por cidades espanholas, está patente em Évora até 12 de Junho.
Montada a partir da colecção particular de um comerciante italiano do século passado, a mostra é composta por 300 peças tradicionais da bruxaria praticada na Europa mediterrânica e central, entre o século XVI e o princípio deste, e pode ser apreciada nos antigos celeiros da EPAC. A autarquia eborense, que apoia a iniciativa, realça, contudo, que a colecção não é uma demonstração de interesse por cultos satânicos, mas uma abordagem etnológica da arte da bruxaria, da sua cultura e do seu mundo envolvente.
Entre os temas relevados na exposição contam-se as origens da bruxaria (em oposição a Igreja), o vendedor ambulante e os seus objectos estranhos, Castigliana (feiticeira que recolhia plantas medicinais e diabólicas), Eleanor (bruxa irlandesa que recolhia seres estranhos da floresta de New Florest), Andreu (bruxo espanhol que aterrorizava a sua sogra com objectos ligados ao diabo) e Gena (bruxa especializada em objectos afrodisíacos). De acordo com responsáveis eborenses, a maioria das peças foram adquiridas a vendedores ambulantes, tendo as restantes sido cedidas ao antiquário italiano por várias pessoas do seu conhecimento.


  
Ficha do Artigo
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Edição:

N.º 67
Ano 7, Abril 1998

Autoria:

Redacção

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