LINHAS ORIENTADORAS

A elaboração dos Planos de Formação do I.I.L. encontra o seu fundamento primeiro no modo como este Instituto tem concebido e levado a cabo a Formação Contínua dos Educadores e Professores. Tal concepção deve ser sentida como um à priori decorrente dos objectivos da instituição, vocacionada para o desenvolvimento do professor considerado não como um técnico, transmissor de técnicas, mas - perfilhando as palavras de Rui Grácio - como aquele que 'habilita o discípulo não apenas à compreensão de si, do mundo, das coisas e dos homens, mas ao inconformismo de os transformar, solidário com os outros e aberto aos outros e ao mundo a vir'.

Deste modo, a Formação Contínua tem sido encarada pelo IIL como um acto educativo capaz de provocar, promover e emancipar, contribuindo para um desenvolvimento profissional docente autónomo.

Assim, poderemos considerar como finalidade dos planos contribuir para autonomização dos Educadores e dos Professores de modo que estes assumam com inteligência crítica o seu papel de agentes de transformação social.

A esta finalidade associam-se algumas orientações que serviram à estruturação do plano e que passamos a enunciar:

- tomar em conta as necessidades de formação dos professores, por eles expressas e detectadas em sucessivas avaliações de um elevado número de acções de formação de diversa índole: cursos, seminários, colóquios, debates, encontros...

- diversificar os públicos-alvo, privilegiando os grupos a quem menos opções de escolha se têm oferecido;

- contemplar a diversidade regional abrangida pelo IIL, respeitando o conhecimento que cada Núcleo deste Instituto possui da dinâmica de formação existente nas suas regiões em termos de oferta e procura de formação, indo ao encontro das expectativas e motivações dos Educadores e Professores que trabalham em zonas geográficas muito distintas.

Estas orientações decorrentes das linhas conceptuais traçadas pelo IIL permitem explicitar alguns objectivos, a saber,

1 - Dar respostas diversificadas às necessidades formuladas pelos Educadores e Professores e que contribuam para o seu desenvolvimento pessoal e profissional;

2 - Privilegiar os públicos-alvo mais carentes no que respeita à possibilidade de escolhas de formação;

3 - Utilizar situações de formação que

- proporcionem a partilha das experiências, considerada como fonte do saber e a necessidade da fundamentação teórica das práticas docentes;

- sejam indutoras de um atitude reflexiva e investigativa sobre as questões emergentes da docência.

4 - Estimular a diversidade de formação a fim de proporcionar respostas mais adequadas às diferenças regionais.

Assim, com finalidades e objectivos próprios, os diferentes núcleos concebem os seus planos de formação, atendendo às especificidades próprias de cada região.

A concepção e elaboração do plano é o resultado do equilíbrio entre prioridades de actuação definidas pelo Instituto e de necessidades de formação específicas sentidas nos vários locais onde se desenvolve a sua actuação.

A definição de prioridades, quanto à temática e às metodologias a abordar e a utilizar rege-se por princípios de relevância, inovação, pertinência e ligação às práticas concretas dos professores numa perspectiva de mudança, bem como de relação com o sistema educativo num sentido mais lato e abrangente.

A perspectiva dos cursos é sempre a de uma grande partilha de saberes e de experiências, com grande apelo ao protagonismo dos formandos na construção do seu próprio saber e com a noção muito exacta de que nenhum/a formando/a (tal como nenhum/a aluno/a) é uma folha em branco para a qual o/a formador/a ditaria o seu saber.

Numa perspectiva de partilha e troca de saberes e experiência procuramos organizar acções de formação de modo a que as educadoras/educadores e professoras/professores dos diferentes níveis e ciclos de educação e de ensino não encontrem sempre o mesmo 'cardápio' mas sejam solicitados por outras abordagens, outros olhares que contribuam para um relacionamento mais aberto e frutuoso com a profissão.

As temáticas de formação consideradas prioritárias pelo IIL caracterizam-se sobretudo pela sua transversalidade e prendem-se com a Identidade dos Docentes, as Políticas Educativas, a Avaliação Pedagógica, a Organização Pedagógica da Escola, a Educação Intercultural e a Prevenção do Racismo e Xenofobia. No entanto, dependendo das características próprias dos professores da área de intervenção de cada núcleo os planos de formação poderão contemplar outras áreas e domínios em virtude das necessidades e das preferências dos formandos.

A Comissão Directiva do Instituto Irene Lisboa