Sumário
04. editorial
Educação e res-publica: lições de liberdade e de cidadania Isabel Baptista
06. ROGÉRIO FERNANDES
“O nacionalismo no período republicano tem uma característica diferente da que veio a ter com o fascismo: a ideia de que a universidade e a escola, em geral, devem colocar-se ao serviço dos grandes problemas nacionais e tomar essas questões como eixo da actividade de investigação e de ensino, isto é, de que se deve pesquisar e ensinar em ordem a achar resposta para os problemas do país. É sobretudo o republicanismo positivista que inspira esta concepção. Mas a questão da educação popular ultrapassa o republicanismo. Fora do ensino oficial, por exemplo, aparecem as universidades livres e populares, muitas vezes de teor anarquista”.
lugares da educação
15. Avaliação e dominação
A falácia da argumentação meritocrática está aí: constrói-se uma pirâmide e afirma-se que todos podem ascender ao topo se revelarem empenhamento, esforço e sofrimento. Manuel António F. Silva
entrelinhas e rabiscos
16. Escola de textos ou de paratextos?
O texto é a vida. A vida que a Escola tem que ser. Mesmo quando o paratexto se transforma em texto, já muito caminho tem que estar percorrido. E o extratexto...muito mais. José Rafael Tormenta
discurso directo
18. O contributo do cinema na produção dos discursos pedagógicos Reinventar a Escola passa por transformá-la num espaço potenciador de inteligência e de humanidade, promovendo a participação de todos e a afirmação de cada um como pessoa. Ariana Cosme e Rui Trindade
a escola que aprende
20. À volta do umbigo
Avaliação intercalar do objectivo apontado para que, em 2015, todas as crianças do mundo tenham acesso à educação primária apresenta resultados decepcionantes. David Rodrigues
campanha
22. Objectivo: educação para tod@s
De 19 a 25 de Abril, a Semana de Acção Global pela Educação é dedicada ao financiamento da Educação para Todos. Mariana Hancock
educação especial
26. Escola inclusiva está em risco
Em dois anos, através da CIF, o Governo retirou apoios da Educação Especial a mais de 20 mil alunos – números de um estudo divulgado pela Fenprof. António Baldaia
[trans]formações
29. Professor ou contratado?
Afinal, se se é contratado, não se é professor? Se se é profissionalizado, com vinte e vários anos de ensino, não se é professor? Ana Vieira
do primário
30. A segunda morte de Anísio
O que há de Anísio nas escolas de Caetité? Qual o legado de Anísio que se faça presente nas práticas escolares? José Pacheco
do secundário
32. O legado universal de Jane Addams
A democracia exige que a escola valorize socialmente as experiências das crianças e dos jovens que a frequentam. Democracia e educação são, ou deveriam ser, desígnios indissociáveis das sociedades. Domingos Fernandes
formação e desempenho
34. A propósito da prova de ingresso na carreira docente
A relevância desta prova parece ser incontestável. No entanto, pode tornar-se num episódio isolado e pouco significativo se não tiver impacto na formação inicial e contínua. Carlos Cardoso
escritas soltas
36. Um país, três sistemas educativos
Não só é possível como desejável que as regiões autónomas disponham de um Regime Jurídico do Sistema Educativo Regional que mantenha o quadro de referência constitucional. André Escórcio
38. Imagem e desafios da profissão docente
A missão pedagógica dos professores reveste-se de grande complexidade humana. Trata-se, afinal, de trabalhar com pessoas e numa perspectiva de promover a sua personalidade e humanidade. Evangelina Bonifácio
em português
40. Precisamos de um ensino missionário?
É sábio aquele professor que não se contenta com a reprodução dos costumes e induz os alunos a pensar que não é suficiente interpretar o mundo; é preciso transformá-lo. Leonel Cosme
42. HELENA ARAÚJO
“A questão da igualdade de género deu origem, de facto, a fortes controvérsias, marcadas pela conflitualidade e pela ambiguidade. E embora a República tenha dado por vezes a ideia de que as mulheres teriam um papel forte a desempenhar, fica a ideia de uma certa visão utilitária: as mulheres como as grandes educadoras dos filhos da República”.
dia internacional da mulher
48. Ousar ousar!
A opressão da Mulher na vida profissional e na vida privada é uma realidade porque é uma consequência da sua exploração na sociedade, tal como o é a exploração dos homens. Hermínia Bacelar
51. Entre a lei e a vida, há caminhos a melhorar
Responsabilizar apenas as mulheres por uma gravidez constitui, hoje, um acto de medievalismo, sobretudo vindo de pessoas com formação científica, a quem já não se admite que considerem que a concepção é da exclusiva acção do útero feminino. Maria José Magalhães
da escola, da vida
53. O erro (ou a lição de Bento de Jesus Caraça)
O erro vale (e vale muito!) quando é detectado e a sua apropriação nos convoca para novo esforço, novas tentativas e novas soluções... Ana Brito Jorge
observatório
54. Para além da homofobia ou porque não se deve referendar a discriminação
Se estamos perante um grupo de pessoas fortemente discriminado numa sociedade, há condições para referendar o seu direito a existirem de forma visível nessa sociedade? Isabel Menezes
educação e cidadania
56. Educação Ambiental: do 3D ao novo-velho ABC
As expectativas que alguns alimentavam em relação a uma sociedade mais justa e solidária foram goradas, continuando a viver-se num supermercado económico e cultural em que uns globalizam e outros são globalizados. Mariana Salgado Peres
educação desportiva
58. O treinador nacional e o estrangeiro
Aposto nos treinadores nacionais, no cotejo com os estrangeiros, para dirigir e orientar as nossas equipas de futebol ou de qualquer outra modalidade desportiva.
Manuel Sérgio
60. ALBERTO AMARAL
“A criação de um sistema de acreditação comum, que permita a qualquer instituição ser acreditada pelas diversas agências registadas na EQAR – apesar de esta proposta da Comissão ainda não ter sido aceite pelos ministros –, conduzirá à existência de agências com critérios de exigência extremamente altos, que acreditarão universidades como Oxford, Cambridge ou Munique, e de agências que acreditarão universidades regionais e universidades locais. Desta forma, tender-se-á ao estabelecimento de um certo sistema de ranking”.
pedagogia social
66. Recordando Ortega y Gasset, 100 años después
“Si educación es transformación de una realidade en el sentido de cierta idea mejor que poseemos y la educación no ha de ser sino social, tendremos que la pedagogía es la ciencia de transformar las sociedades”. José António Caride Gómez
68. Globalización y acción comunitaria: responsabilidades personales y pactos socioculturales
El paso de la heteronomía a la autonomia supone, necesariamente, el paso del contrato al pacto como forma de relación. Un pacto sociocultural que se manifieste y construya sobre la topografía del bucle. Xavier Úcar
afinal onde está a escola
70. Lições do Haiti
Um dos países mais pobres do mundo, com os piores indicadores da América Latina, história longa de intervenções e outros absurdos. No entanto, é a tragédia de um terremoto o que nos mobiliza. Roberto Marques
reconfigurações
72. Educação e desenvolvimento: agora somos todos soldados?
O dilema para os voluntários da educação é que as estratégias anti-terroristas e anti-insurreccionais estão a ser percepcionadas como veículo principal para o desenvolvimento de intervenções educativas. Mário Novelli
74. educadores pela paz
Encontro galego-português em Leiria De 23 a 25 de Abril, na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais.
olhares de fora
76. O humanismo concreto e a “questão do certo”
A efetivação do humanismo concreto é um incessante devir. Uma totalização dialética. A “questão do certo” potencializa-se pela práxis do humanismo concreto. Ivonaldo Neres Leite
cultura e pedagogia
78. Crianças não escapam à volúpia do mercado
“A característica mais proeminente da sociedade de consumidores – ainda que cuidadosamente disfarçada e encoberta – é a transformação dos consumidores em mercadorias”. Marisa Vorraber Costa e Paula Deporte de Andrade
república dos leitores
80. Justiça global: uma questão politica, antes de tudo o mais Maria Rosa Afonso
81. O ensino público deve ser o eixo vertebrador do sistema educativo Rosa Soares Nunes
83. Na escola há literatura a mais... Desculpe? Paulo Nogueira
bibliotecas escolares
84. Uma realidade em mudança
Aos professores bibliotecários compete desenvolver estratégias que garantam a rentabilização das bibliotecas ao serviço das escolas, dos processos formativos e das aprendizagens dos alunos. José Paulo Oliveira
saúde escolar
90. Da literacia em saúde
No que diz respeito à educação para a saúde, o currículo escolar e a informação passada pelos profissionais de saúde concorrem em grande desvantagem com outras fontes. Nuno Pereira de Sousa
91. A construção de um “eu” virtual em idade escolar
Para além de aceitar o desafio da internet e de promover os computadores Magalhães, precisamos de nos prevenir para o reverso da medalha Rui Tinoco
quotidianos
92. Internet
A internet não é um meio de comunicação social. Ela engloba os próprios meios de comunicação social. Carlos Mota
fora da escola também se aprende
93. Descobertas e invenções em narrativas imagéticas
Encontrar nas narrativas imagéticas indícios da realidade que, supostamente, elas expõem, requer certa abertura para o inesperado. Inês Barbosa de Oliveira
visionarium
94. Mosca do vinagre é modelo biológico
A Drosophila melanogaster continua a estar associada a muitos avanços ao nível do conhecimento da genética, do desenvolvimento e das ciências biomédicas Departamento de Conteúdos Científicos do Visionarium
96. LAURO MOREIRA
“A lusofonia, muito mais do que um espaço, é um espírito que emerge de 500 anos de um convívio cuja matriz é Portugal, um convívio que acabou formando um património linguístico, cultural, histórico, e que teve um dia para começar, mas não tem para acabar. A lusofonia, portanto, é algo em construção, um fenómeno in fieri, algo que está ocorrendo”.
cinema
104. Alain Resnais, o cineasta da memória
“Não quero falar do meu próximo filme. Gostava de começar a rodar rapidamente, antes do Verão. Mas bom, graças ao Santo Oliveira, estamos protegidos”. Paulo Teixeira de Sousa
textos bissextos
106. Emerenciano: o poeta e o pintor
Mesmo existindo um compromisso entre palavra e cor, verso e traço, semiótica do texto e fulguração visual do signo, o artista reserva à poesia o canteiro do espírito onde ajardina a matéria sensível excedentária do rasgo pictórico. Júlio Conrado
perspectivas
108. Segredo
É um instante, um assomo de urgente vontade, uma comoção doce fora de qualquer realidade, misteriosa, breve... Luís Vendeirinho
109. Pedagogia da catástrofe
Que o poder pedagógico da catástrofe conduza à correcção de alguma gestão do território, de forma a minimizar danos humanos e materiais. Nélio de Sousa
dizeres
110. Biografia
O Manel morreu já há muito tempo. Fiquei muitos anos sozinha. Às vezes passava muito mal e quem me valia era uma vizinha. Morri a 2 de Fevereiro de 2010, com 77 anos. Angelina Carvalho
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