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Obama escolhe economia como campo de batalha para eleição presidencial nos EUA

O candidato democrata à eleição presidencial americana de Novembro, Barack Obama, escolheu a economia como primeiro tema no confronto contra o republicano John McCain, ao iniciar uma viagem de duas semanas pelo país para propor soluções para a crise.
O candidato democrata viaja por estados tradicionalmente inclinados a votar nos republicanos para tentar fazer da economia um dos temas decisivos das eleições de Novembro.
Na cidade de Raleigh, Carolina do Norte (sudeste), primeira etapa do seu périplo, Obama fustigou McCain, acusando-o de querer dar continuidade à política económica do governo George W. Bush.
"Num tempo em que lutamos em duas frentes de guerra, quando milhões de americanos não podem pagar os seus planos de saúde ou as matrículas nas escolas, quando pagamos quatro dólares por galão de gasolina, o nosso adversário quer poupar 1,2 bilião de dólares em impostos, através da concessão de uma redução tributária à ExxonMobil", denunciou Obama.
"Isso não é apenas irresponsável, é escandaloso", afirmou, destacando que McCain procura "uma nova fase de redução de impostos que representa o dobro do já muito caro plano original de Bush", num total de 2 triliões de dólares.
O plano económico de Obama "trará alívio aos mutuários desesperados, acesso a todos à saúde e à educação, e um sistema tributário que recompense o trabalho em vez da riqueza", sublinhou a equipe do senador.
O itinerário de Obama, de 46 anos, na histórica tentativa de se tornar o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, mostra que não está disposto a abrir mão do eleitorado centrista para o seu rival republicano, já que esse segmento da população poderá decidir quem sucederá a Bush. A Carolina do Norte não vota num candidato democrata desde 1976. No Missouri, o último democrata a vencer foi Bill Clinton, em 1996.
A viagem de Obama deverá incluir também os estados de Pensilvânia, Ohio e Florida - três campos de batalha que podem ser decisivos no dia 4 de Novembro.
Mas o porta-voz de McCain, Tucker Bounds, já contra-atacou: "Agora que as famílias trabalhadoras sofrem e os empregadores estão vulneráveis, Barack Obama promete aumentar os impostos sobre os investimentos, contribuições para as pensões, as mais-valias, impostos sobre os dividendos e impostos sobre as empresas que criam empregos", assegurou Bounds.
"Durante apenas três anos Barack Obama votou 94 vezes a favor do aumento de impostos no Senado. Barack Obama não compreende (como funciona) a economia americana e isso é algo que não podemos permitir", acrescentou.
Obama tem agora 46 por cento das intenções de voto, contra 44 por cento de John McCain, segundo a última sondagem Gallup.
Obama faz o possível para associar McCain ao actual presidente, George W. Bush, cujo governo é desaprovado por dois terços dos americanos (65,8%) e lembra constantemente que John McCain, número dois da Comissão de Defesa do Senado, nunca foi especialista em temas económicos.

AFP


  
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Edição:

N.º 180
Ano 17, Julho 2008

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
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