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Obelisco de Axum começa a ser montado no seu lugar de origem, na Etiópia

A última fase dos trabalhos de reinstalação do célebre obelisco de Axum, estela gigante datada do 3º ou 4º século d.C., e levado para a Itália pelas tropas do ditador Mussolini em 1937, voltou hoje ao seu local de origem no norte da Etiópia.
"Os engenheiros encarregados chegaram hoje (quarta-feira, 4 de Junho) para colocar o primeiro bloco sobre as suas fundações a partir de amanhã, com a ajuda de gruas e de cabos", declarou à AFP Nada Al Hassan, que supervisiona a operação em nome da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
Após ter sido desmontado em três partes, em Janeiro de 2005 em Roma, o obelisco, que pesa mais de 150 toneladas e tem 24 metros de comprimento, foi levado para a Etiópia em Abril 2005, cerca de 70 anos após ter chegado à Itália, por ocasião da conquista de Adis Abeba pelas tropas do ditador fascista Mussolini.
Jazia então no solo, dividido em partes durante um ataque dos muçulmanos no século XVI, perto de um obelisco quase idêntico, ainda intacto no sítio.
"É uma construção muito delicada e tentamos evitar qualquer dano. O segundo e o terceiro blocos devem ser reinstalados durante o mês de Julho, mas a inauguração só acontecerá no dia 10 de Setembro deste ano", acrescentou Al Hassan.
"É uma parte importante do património da Etiópia. O obelisco é "uma lembrança para nós da guerra do sofrimento, da pilhagem e da crueldade fascista para com o nosso povo. O seu regresso permite-nos curar as feridas", disse a deputada Netsanet Asfaw.
O obelisco foi levado para Nápoles num primeiro momento, depois instalado, a pedido do ditador Benito Mussolini, em Roma diante do ministério das Colónias. A cidade de Axum, inscrita no Património Mundial da Humanidade pela Unesco em 1980, foi a capital deste reino conhecido pelo seu comércio de tecidos, incenso e jóias.
O regresso da estela estava previsto no armistício de 1947 mas só agora se concretiza.
O reino de Axum, convertido ao cristianismo entre 325 e 500 segundo os historiadores, perdeu pouco a pouco a sua influência para o Islão e para a rota comercial aberta para leste através do porto de Djibouti.

AFP


  
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Edição:

N.º 180
Ano 17, Julho 2008

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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