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Washington não tem plano coerente contra terrorismo

Após terem passado mais de seis anos após os atentados de 11 de Setembro de 2001, os Estados Unidos ainda não dispõem de um plano coerente para eliminar a ameaça terrorista, revela um relatório do Tribunal de Contas americano (GAO, na sigla em inglês de Government Accountability Office).
De acordo com este documento, a estratégia de segurança nacional americana tem-se limitado a uma chamada sistemática de todos os elementos das forças de segurança nacionais para lutar contra o terrorismo, acrescenta, não existindo, na prática, um plano global para neutralizar a ameaça terrorista e impedir o refúgio dos extremistas islâmicos nas zonas tribais do Afeganistão, onde estarão refugiados Osama bin Laden e o chefe supremo dos talibãs no Afeganistão, o mullah Mohammad Omar.
Ainda de acordo com esta fonte, os Estados Unidos e o Paquistão concordam com a ideia de que a "Al-Qaeda reconstituiu sua capacidade de ataque e que estabeleceu um refúgio nas zonas tribais" na zona de fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão.
Entretanto, a Associação Americana pelas Liberdades Civis revelou recentemente num relatório enviado à Organização das Nações Unidas (ONU) que pelo menos 500 menores se encontram detidos actualmente no Iraque pelo exército americano, aos quais se soma mais uma dezena no Afeganistão.
Segundo o relatório, endereçado à Comissão dos Direitos da Criança da ONU, "os Estados Unidos prenderam, desde 2002, cerca de 2500 indivíduos menores de 18 anos no momento da sua detenção". O porta-voz do Pentágono, Jeffrey Gordon, confirmou esta informação sem, no entanto, fazer quaisquer comentários.
"Em abril de 2008, as Forças Armadas americanas prendiam cerca de 500 menores" no Iraque, argumentando constituírem "uma ameaça à segurança" do país, adianta o documento. Nessa mesma data, os Estados Unidos mantinham "cerca de 10 menores" considerados "inimigos combatentes" na prisão de Bagram, no Afeganistão.
O documento sublinha, porém, que "os Estados Unidos não têm, actualmente, nenhum menor detido em Guantánamo". "Dos oito menores que haviam sido enviados para Guantánamo, apenas dois ainda se encontram presos - hoje com 21 anos e 23 anos de idade, aproximadamente - devendo ser julgados em breve por uma comissão militar", conclui o texto.
Entre os dois detidos encontra-se o canadiano Omar Khadr, hoje com 21 anos, que foi preso aos 15, no Afeganistão. Um juiz de um tribunal militar de excepção rejeitou, recentemente, o pedido de anulação das acusações contra Khadr, com a defesa a exigir que este fosse tratado como um soldado menor de idade.

AFP


  
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Edição:

N.º 179
Ano 17, Junho 2008

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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