Página  >  Edições  >  N.º 177  >  Presidente Chávez diz que é hora de parar a crise na América Latina

Presidente Chávez diz que é hora de parar a crise na América Latina

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse em seis de Março, durante o seu discurso na Cimeira do Grupo do Rio, que aborda a crise diplomática envolvendo Venezuela, Equador e Colômbia, que "estamos a tempo de deter uma voragem da qual nos poderemos arrepender".
"É hora de reflexões e acções, estamos a tempo de deter o turbilhão do qual nos poderíamos arrepender e não apenas nós mas os nossos povos, filhos e comunidades não sabemos durante quanto tempo", prosseguiu, pedindo a "busca de uma saída racional", para a crise.
Segundo Chávez, por trás do conflito armado na Colômbia "está o governo dos Estados Unidos e o belicismo do império". Defendeu-se das acusações contra ele feitas pelo governo colombiano, com base em supostos documentos contidos num computador apreendido a um guerrilheiro morto, Raul Reyes. "O presidente Uribe não se deve preocupar se Chávez está mandando dólares ou armas para as Farc. Não vou fazê-lo, nunca o fiz, porque quero a paz", enfatizou. "Vi planos de guerra (da guerrilha) e eles são inviáveis, a menos que queiram passar 100 anos matando-se", destacou.
Antes deste pronunciamento, o presidente da Venezuela pediu aos membros do Grupo do Rio que "esfriem nervos e mentes" para avançar na solução da crise regional. "É preciso esfriar nervos e mentes para poder avançar e encontrar soluções", declarou Chávez à imprensa minutos antes da abertura da XX Cimeira do Grupo do Rio, realizada em Santo Domingo. "É uma guerra que se está a internacionalizar. Por isso, é preciso incentivar todas as partes à reflexão. Existem duas opções: a guerra ou a paz", afirmou.
O Equador e a Colômbia cortaram relações diplomáticas no dia 4 de Março, depois da operação conduzida no dia 1 de Março pelo exército colombiano contra um acampamento da guerrilha das Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc) em território equatoriano. Vinte e três pessoas, entre elas o número dois das Farc, Raul Reyes, morreram durante a operação.
O Equador e a Venezuela enviaram tropas para as fronteiras com a Colômbia, mas Bogotá recusou, por enquanto, fazer o mesmo. Chávez aproveitou para apresentar no dia 7 de Março, na reunião do Grupo do Rio na República Dominicana, provas de vida de seis reféns em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). "Presidente (Álvaro) Uribe, permita que eu vá buscar essas pessoas, e permita a um grupo de países (...) trabalhar numa troca humanitária", disse Chávez, dirigindo-se ao presidente da Colômbia.
Desde Agosto de 2007, Chávez realiza gestões e contactos com as FARC, que em Janeiro e Fevereiro entregaram seis reféns em duas operações na selva colombiana a delegados do governo venezuelano e do Comité Internacional da Cruz Vermelha.
Chávez reiterou o apelo a formar um grupo de países amigos para conseguir uma troca humanitária de 40 reféns políticos em poder das Farc por 500 rebeldes presos. Chávez disse que o presidente da França, Nicolas Sarkozy, está disposto a participar, junto com a Argentina, Equador, Suíça e Itália, além do secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA). Chávez disse também que a Organização das Nações Unidas (ONU) "poderia enviar um alto representante, além do Brasil e da Bolívia".

AFP


  
Ficha do Artigo
Imprimir Abrir como PDF

Edição:

N.º 177
Ano 17, Abril 2008

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

Partilhar nas redes sociais:

|


Publicidade


Voltar ao Topo