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As hipóteses de sobreviver a um ataque cardíaco duplicam se o exercício de reanimação se limitar exclusivamente às compressões torácicas e deixar de lado a respiração boca-a-boca, geralmente considerada como um procedimento básico, revela um estudo publicado na revista científica britânica The Lancet. "Não há evidências de qualquer benefício na respiração boca-a-boca", escreve Ken Nagao, médico do hospital universitário Nihon, em Tóquio, que conduziu o estudo que acompanhou mais de quatro mil casos de paragens cardíacas na região japonesa de Kanto. Assim, de acordo com este especialista, as hipóteses de sobrevivência com um "resultado neurológico favorável" são duas vezes maiores quando o socorrista se concentra exclusivamente em tentar reanimar o coração através de compressões torácicas ritmadas. "Esta descoberta deveria levar a uma revisão provisória rápida das directrizes de socorrismo para uma paragem cardíaca fora do hospital", adverte Gordon Ewy, director do Centro Cardíaco Sarver, da Universidade do Arizona. Embora os resultados deste estudo demonstrem o que Ewy afirma ser uma "evidência inequívoca", os autores alertam que o mesmo não se aplica à falência respiratória provocada por afogamento, overdose ou choque. Nestes casos, o método apropriado de socorro ainda é alternar duas respirações boca-a-boca e 30 compressões torácicas.
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