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Jennifer López premiada pela Amnistia Internacional em Berlim

A actriz e cantora americana Jennifer López recebeu, em Fevereiro, um prémio atribuído pela Amnistia Internacional (AI). O prémio foi-lhe atribuído na véspera de apresentar o seu novo filme "Bordertown" [cidade fronteiriça], que denuncia o assassinato de centenas de mulheres no México.
O prémio "Artists for Amnesty Award" da secção dos Estados Unidos da AI foi-lhe outorgado pelo seu compromisso em participar na campanha mundial contra a violência sobre as mulheres, explicaram os membros da Amnistia.
Na década de 90, centenas de mulheres foram assassinadas na cidade fronteiriça de Juárez, uma cidade onde todos os anos milhares de mexicanos e mexicanas procuram trabalho de «maquiladoras» e, posteriormente, cruzar a fronteira com os Estados Unidos.
"Bordertown" conta a história de uma dessas humildes trabalhadoras da «maquila mexicana».(1)
O filme foi apresentado no Festival Internacional de Berlim. Este festival "foi sempre e continuará a ser um certame muito politizado" disse o director do evento, Dieter Kosslick. "Por isso elegemos para concurso o filme `Bordertown`, para que se dê a conhecer, uma vez por todas esse escândalo", declarou Kosslick.
As autoridades competentes adiaram, durante anos, as investigações sobre os assassinatos. Numerosos crimes continuam por esclarecer, lembrou a Amnistia Internacional num comunicado.

1) «maquila mexicana»: as multinacionais transferem para países pobres, e sem direitos laborais, a parte da produção que não exige trabalho qualificado. A «maquila mexicana» [alargada progressivamente a países pobres da América Latina] é o nome dado a este fenómeno, praticado por multinacionais americanas há mais de 30 anos, sobretudo junto à fronteira americana. Os administradores destas empresas, possuidores de uma ganância barbara, são motivados pela oportunidade de aproveitar o trabalho quase escravo de milhares de operárias, muitas delas crianças e adolescentes, que para alem de salários ínfimos, e horários de escravo, trabalham em condições deploráveis de toxicidade e salubridade. Estas empresas beneficiam ainda da possibilidade de laborar sem preocupações ambientais, de segurança, saúde pública ou fiscais, transformando seres humanos em animais de produção intensiva.


  
Ficha do Artigo
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Edição:

N.º 165
Ano 16, Março 2007

Autoria:

José Paulo Serralheiro
Professor e Jornalista. Director do Jornal a Página da Educação.
José Paulo Serralheiro
Professor e Jornalista. Director do Jornal a Página da Educação.

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