DIFERENDO RELIGIOSO
O Vaticano recordou recentemente que "a eutanásia não é aceitável em caso algum" criticando a igreja anglicana pela sua posição relativamente ao prolongamento terapêutico da vida de bebés doentes ou prematuros. "Não é possível eliminar a vida de um inocente, seja de maneira directa ou indirecta. Isso é válido para os doentes em estado terminal como para as crianças que nascem com graves malformações", afirmou o cardeal mexicano Javier Lozano Barragán, "ministro da saúde" do Vaticano, citado pelo jornal Corriere della Sera. Recentemente, o bispo inglês Tom Butler, da paróquia de Southwark, em Inglaterra, considerou, em nome da igreja anglicana, que em algumas circunstâncias "pode ser justo interromper ou suprimir um tratamento quando é provável ou seguro que a pessoa vá morrer". Para este prelado, "há algumas ocasiões em que a compaixão cristã leva a ignorar a regra de que a vida deve ser escrupulosamente respeitada", afirmou. O diferendo entre as duas igrejas incide sobretudo na interpretação que cada uma faz do prolongamento terapêutico da vida. Assim, se a igreja anglicana se opõe a "tratamentos desproporcionados com o único objectivo de prolongar a vida" dos recém-nascidos com graves malformações, o Vaticano entende que ele "consiste no uso desproporcionado ou inútil de instrumentos ou medicamentos face a uma morte eminente, prolongando dessa forma a agonia".
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