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Noboa diz que foi escolhido por deus para governar o Equador
O magnata da banana e homem mais rico do Equador, Álvaro Noboa, 56 anos, tido como o maior produtor de bananas e de pobres do Equador, disse que foi escolhido por Deus para disputar as eleições presidenciais equatorianas. 
O multimilionário, em acirrada disputa eleitoral com um economista de esquerda, insiste em afirmar que é a melhor opção para governar o Equador. "Porque eu sou um dos pobres e sou candidato dos pobres. Porque Deus me disse para ser presidente", afirmou.
Populista, dono de 110 empresas, Noboa promete usar a sua riqueza e influência para atrair investimentos ao país, rico em petróleo, mas que atravessa uma instabilidade crónica. Noboa deseja ver o Equador distante de Cuba e da Venezuela, cujo presidente, o antiamericano Hugo Chavéz, apoia o economista de esquerda Rafael Correa. Chavéz chamou Noboa de "fundamentalista da extrema-direita" que amealhou a sua riqueza à custa do trabalho infantil e de uma violenta exploração dos trabalhadores.
Noboa nega acusações antigas de que utilizou em abundância trabalho infantil nas sua plantações, que fornecem bananas para uma companhia de exportação, que frequentemente se envolve em desentendimentos com sindicatos de trabalhadores.
Noboa, que já foi derrotado em duas eleições presidenciais, venceu, desta vez, a primeira volta com 26.8 por cento dos votos, quatro pontos de vantagem sobre Correa. À partida para a segunda volta as sondagens mostram que os dois estão agora empatados.
Já Rafael Correa chamou Noboa de "comandante paramilitar" disposto a fazer do Equador uma colónia americana. Noboa, por sua vez, refere-se ao rival como "diabo comunista". "Rafael Correa pode levar-nos a viver como fazem em Cuba, com 12 dólares por mês, sem propriedade privada, sem liberdade, sem Congresso", afirmou Noboa recentemente.
O multimilionário promete "tornar seis milhões de desempregados equatorianos em cidadãos de classe média" e construir 300.000 casas por ano para os pobres, insistindo que a construção de uma média de quase 1.000 casas por dia é perfeitamente realista.
Nascido em Guayaquil em 21 de Novembro de 1950, Noboa estudou direito no Equador. Ele herdou os negócios da sua família ligados ao comércio de bananas. Em 1996, Noboa foi nomeado chefe do Conselho Monetário do Equador pelo então presidente Abdala Bucaram, que depois teve de deixar o cargo por "incapacidade mental".
Noboa foi derrotado nas eleições presidenciais de 1998 e 2002. Ele dirige a fundação Cruzada por uma Nova Humanidade, na qual ele diz usar a sua fortuna pessoal para desenvolver projectos sociais.

  
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Edição:

N.º 162
Ano 15, Dezembro 2006

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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