DIREITOS HUMANOS
Israel cometeu "violações flagrantes" dos direitos humanos durante a recente guerra contra o Líbano, denunciou a comissão da ONU encarregada de investigar o conflito. Os três especialistas nomeados para conduzir a investigação consideram que Israel "recorreu à força de maneira excessiva, indiscriminada e desproporcional". (...) "O Exército israelita fez um uso desproporcionado da força contra os civis" e "não distinguiu entre civis e militares" como exigem as normas internacionais relativas aos direitos humanos. Os investigadores condenam também "o excessivo uso de bombas de fragmentação (...) não justificado por necessidades militares", considerando que as forças israelitas lançaram de maneira deliberada este tipo de munição para impedir o acesso aos campos de cultivo e cidades do sul do Líbano. As populações não tiveram tempo para fugir, acrescenta o relatório, que também reúne vários casos de ataques directos contra pessoal médico e de socorro. O argumento israelita segundo o qual algumas instalações civis eram utilizadas para fins militares pelo Hezbollah é válido em alguns casos, mas não em todos, segundo os especialistas. A comissão afirma que não fazia parte das suas competências pronunciar-se sobre as violações cometidas pelo Hezbollah em Israel, embora no Líbano reconheça que o movimento xiita utilizou instalações civis como "escudo", ainda que só depois da saída das populações.
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