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Ofertas de escola irregulares

Exm.º Senhor Director do jornal a Página da Educação

Venho por este meio dar a conhecer três situações que ocorreram com ofertas de escola.

Primeira situação:

No dia 28 de Setembro fui contactada pela Sr.ª Ana Mascaranhas da Escola Profissional de Arqueologia do Marco de Canaveses, o contacto tinha como objectivo dizer-me que fui seleccionada para o horário de 3h do grupo de Psicologia/Sociologia ao qual eu tinha concorrido.
Sem eu perguntar nada, a referida senhora, começou a dizer que o horário tinha vários problemas:
1º As horas não seriam leccionadas sempre no mesmo horário, semanalmente eram alteradas;
2º Não era possível conciliar estas 3h com outra escola;
3º Não era estabelecido um contrato de trabalho com o Ministério da Educação;
4º O candidato colocado não teria regalias de funcionário público;
5º O pagamento iria ser feito a recibos verdes.
Inicialmente, estava tentada a aceitar as horas mas perante este cenário, pedi-lhe um tempo para dar uma resposta.
Neste intervalo telefonei para o SPN (Sindicato dos Professores do Norte) e expus a situação, disseram-me que não podia ser assim, tinha que ter um contrato e não podia ser paga a recibos verdes, do momento que aceitasse teria as regalias de funcionário público.
Pergunto eu, porque é que ela não queria que eu aceitasse o lugar?
Vi que algo de errado se passava e resolvi não dar resposta, ela também não voltou a contactar-me.

Segunda situação:

Aconteceu na mesma escola mas com uma colega do grupo 600, passo a citar:
«Essa escola "fez-me" uma parecida. Tentei candidatar-me ao horário de 6h para Design e Multimédia, mas fiz a asneira de ligar para lá... A DRª que falou comigo (e que pela descrição deve ser a mesma) quis logo saber pormenores a meu respeito. Primeiro tentou convencer-me que estava longe de mais (90km) e que "tinha de compreender que não conseguiria assegurar o horário". Teve de se calar quando lhe disse que em dois dias da semana já faço 120 km para uma escola onde estou agora, com horário de 8 horas; aproveitou então para dizer que sendo assim era melhor pensar bem porque lhe ia limitar muito a atribuição do horário... (tenho 3 dias livres, caramba!). Por fim, ao saber que era do grupo 600 (sou licenciada em Design, especializada em Multimédia) disse para eu ver bem porque aquele horário tinha que ser para alguém ligado à arqueologia e património (ou qualquer coisa que o valhe, sei lá...). Por fim apenas lhe perguntei se queria alguém de facto especializado na área em questão e se para além disso o meu curriculum exterior ao ensino não valia de nada. Terminou com um "pronto está bem, se quiser mande lá o curriculum, o horário da outra escola e os seus dados". Escusado será dizer que não mandei nada mas esta ficou-me "atravessada"...»[1]

Terceira situação:

Passa-se na EBI de Pedome, cito:
«O que a Presidente do executivo fez não é legal, a Sr.ª Noémia de Fátima Freitas dos Santos, assim é o nome dela, colocou lá a sua sobrinha, Neusa Maria Ribeiro dos Santos (recém-profissionalizada e que só aparece nas listas de ordenação do grupo 200, sendo o último nome). Como se não bastasse, é recém profissionalizada, logo fica três anos seguidos na mesma escola (pois o horário de 3 horas já é completo). É significativo que não esteja em mais nenhuma lista, não concorreu para cíclicas, pois já sabia que ficaria em Pedome (dito pela própria) No entanto, argumenta que só concorreram pessoas com habilitação própria (reparem que essa Neusa era a última da lista de ordenação, passou à frente de todos)[2]».
Esta candidata realmente é profissionalizada no grupo 200, grupo em que foi aberta a oferta de escola. Mas atenção, o tempo de serviço contado para o efeito de graduação é 31 Agosto de 2005 (Decreto-lei nº 35/2003 de 27 Fev.). Nesta data a referida candidata não tinha a profissionalização, logo está atrás de todos os candidatos que concorreram ao grupo 200 e que estão graduados a nível nacional.
Não duvido que haja outras situações como estas, o que peço em nome pessoal e em nome de todos os docentes é que se acabe com este tipo de situações.

Por favor, façam alguma coisa!
Os professores merecem e exigem respeito!
Vila Verde, 8 de Outubro de 2006
(Carta devidamente assinada)

N.R.
Tendo recebido várias queixas de docentes relacionadas com contratações feitas quer por escolas quer pelas autarquias, a redacção da PÁGINA está a realizar no terreno a abordagem jornalística possível desta situação. Dela começa a dar notícia neste mesmo número no ?Em foco? [p. 22 e seguintes].


  
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Edição:

N.º 161
Ano 15, Novembro 2006

Autoria:

Redacção

Redacção

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