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Educação e sustentabilidade: fortalecendo a teia da vida

Discutir o papel da educação numa sociedade marcadamente desigual como a nossa, é compreendê-la como uma grande possibilidade que no final das contas, tem sempre feito a diferença, no que se refere à distribuição das oportunidades, como também na promoção e sustentação dos sistemas de exclusão.
Nessa perspectiva, alimentar um debate que busque a concretização de uma educação pública e de qualidade, não é tornar-se ultrapassado. Fazer desse movimento uma aliança para pensar a educação ligada a um projeto de desenvolvimento da comunidade, do município e da nação, é não submetê-la à lógica do mercado capitalista ou de qualquer outra ordem neoliberal que de uma maneira ou de outra estará sempre fortalecendo novas caracterizações dos novos apartheids sociais, econômicos e culturais vivenciados pela humanidade.
É preciso que enquanto educadores/as, compreendamos na prática o efeito humanizante, transformador e socializador exercido pelo processo educativo, importantíssimo no desenvolvimento de novas atitudes e práticas dos sujeitos sociais. Neste sentido, se oportunizarmos aos/as nossos/as alunos/as desde a educação infantil aos cursos de pós-graduação uma formação que os permita compreenderem-se como parte fundamental do processo de geração, ameaça e preservação da vida no nosso planeta, estaremos contribuindo significativamente para a efetivação das possibilidades concretas de garantia da teia da vida, que nos liga as geração passadas e vindouras.
O princípio da convivência com o Semi-árido, por exemplo, que vem sendo disseminado por diversas instituições no SAB, que poderia ser com a Amazônia, com o Cerrado, com Pantanal, com as savanas, com a mata atlântica ou qualquer que seja o bioma, inaugura um novo paradigma através do qual se acredita que, a partir de uma nova compreensão do mundo em que vivemos, do desenvolvimento de novas relações éticas, estéticas, produtivas, culturais, econômicas, políticas, de gênero, que levem sempre em consideração as reais condições de suportes dos fios que se tecem na teia da vida será possível se garantir concretamente os velhos ditados que dizem que ?o que nós somos é conseqüência do que pensamos? e tudo que a natureza nos oferece não nos pertence, nem herdamos dos nossos antepassados, tomamos emprestado às futuras gerações.
Não perder esse vínculo, parece ser o grande, se não, o maior desafio da educação, da instituição escola e de todos nós educadores/as, que aliados os segmentos sociais e aos poderes públicos precisamos redirecionar as nossas ações, proposições e visão acerca da nossa pequena trajetória por esse planeta e da grande contribuição que cada um pode dar desde já, na edificação de uma sociedade com bases sustentáveis.
Vamos lá, cada um no seu canto, no campo ou cidade, dando a sua contribuição significativa.


  
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Edição:

N.º 160
Ano 15, Outubro 2006

Autoria:

Edmerson dos Santos Reis

Edmerson dos Santos Reis

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