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Em França

Breves do superior

Estágios: a ?parte visível do Iceberg? para a Federação de Associações Gerais de Estudantes

A mobilização actual de estagiários desencadeada em Setembro do ano passado  em França através da criação do movimento ?Geração Precária? [www.generation-precaire.org], que tem contestado o abuso do recurso aos estágios como alternativa à contratação de trabalhadores, é ?apenas a ponta do Iceberg?, diz a Federação de Associações Gerais de Estudantes (FAGE).
Denunciando o que considera ser um ?problema estrutural e cultural? a federação de estudantes recordou que ?os jovens diplomado que não encontram trabalho, cada vez mais numerosos, são obrigados a aceitar empregos sub-qualificados, precários, temporários e contratos a prazo?. ?Os que não estão nestas condições acumulam estágios na esperança de enriquecer o currículo?, acrescenta a FAGE.
Tendo em conta este cenário, a associação pediu aos diferentes organismos de formação e empresas envolvidas na execução dos estágios que se comprometam ?numa tentativa de responsabilização com o objectivo de voltar a dar ao estágio uma vertente pedagógica refazendo-o enquanto período de aprendizagem a tempo inteiro e não como mão-de-obra barata para as empresas?.
Os estudantes exigem medidas concretas que favoreçam o acesso dos jovens licenciados ao mercado de trabalho e pediram a organização de uma ?conferência nacional para a inserção profissional dos jovens diplomados do Ensino Superior ainda no início de 2006?.
O movimento ?Geração Precária? tinha exigido, já no final do ano passado, que a situação dos estagiários fosse regulamentada no código de trabalho. Exigiu também então o aumento progressivo da remuneração [para evitar os estágios de longa duração], a determinação de um intervalo entre a realização de estágios e uma quota de estagiários nas empresas e serviços tendo em conta o número de trabalhadores assalariados.

Melhorar o sucesso universitário

Aumentar as taxas de sucesso na conclusão do primeiro ciclo de estudos universitários, ou seja, nas licenciaturas, constitui um ?desafio suplementar? na promoção da igualdade de oportunidades no Ensino Superior, afirma o ministro francês daquela pasta, François Goulard.
Partindo da constatação de que ?41 por cento dos estudantes não completam este ciclo de estudos, saindo da universidade sem diploma?, Goulard prometeu uma ?atenção sustentada? e uma política ministerial para contrariar o fenómeno visto como uma ?selecção social profundamente anormal?.

CPU quer ?autonomia real? para os estabelecimentos de Ensino Superior franceses

A Conferência dos Presidentes das Universidades (CPU) francesas, um órgão semelhante ao Concelho de Reitores das Universidades Portuguesas, concorda com a proposta de favorecer uma ?real autonomia? das universidades, feita pelo ministro do Interior Nicolas Sarkozy, mas mostra alguma reserva no que toca a uma primeira experiência de autonomia implementada em três estabelecimentos de ensino. "A autonomia é insuficiente?, alerta a CPU, até porque ela está prevista na lei mas não na prática. ?Somos portanto totalmente favoráveis a uma verdadeira autonomia com reais possibilidades de escolha por parte das universidades?, declarou à AFP, Yannick Vallée, dirigente da CPU.
Evocando os três pontos assinalados pelo ministro ? autonomia nos programas de investigação, autonomia no recrutamento de uma parte do corpo docente, e autonomia na procura de meios de financiamento inovadores ? Vallée  afirmou que as universidades já têm um papel importante na escolha dos professores e procuram os seus modos de financiamento. ?Sem isso não poderíamos viver?, sublinhou.
No que toca à autonomia dos programas de investigação Vallée considera que as universidades devem dispor de um orçamento global em vez de os fundos serem distribuídos pelos diversos laboratórios universitários pelo ministério do Ensino Superior. Todavia, frisou Vallée, ?esta disposição consta já no projecto de lei que está para ser aprovado no Parlamento?.

Greve contra redução de vagas no Ensino Público

Os estudantes da Faculdade de Desporto de Poitiers realizaram uma semana de greve e várias manifestações nas ruas daquela cidade. O protesto visou a decisão anunciada a 21 de Dezembro de reduzir em 50 por cento, de 800 para 400, os lugares disponíveis para o Certificado de Aptidão para os Professores de Educação Física e Desportiva (CAPES) que dá acesso a um lugar no ensino público, a nível nacional. Em 2006 haverá 9 mil candidatos para 400 lugares. A Faculdade de Desporto de Poitiers conta com 1.100 estudantes.


  
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Edição:

N.º 153
Ano 15, Fevereiro 2006

Autoria:

Andreia Lobo
Jornalista, A Página da Educação
AFP
Agence France-Presse
Andreia Lobo
Jornalista, A Página da Educação
AFP
Agence France-Presse

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