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Especialistas em água pedem acção urgente para garantir recurso

A grave crise de falta de água que afecta cerca de dois mil milhões de pessoas em todo o mundo requer políticas públicas urgentes para melhorar o acesso e garantir a continuidade deste recurso, advertiram especialistas de 70 países reunidos em Junho na Guatemala.
"A falta de água pode causar graves crises sociais, como já acontece nos subúrbios das grandes metrópoles, e até guerras locais e internacionais?, afirmou o secretário executivo da Associação Mundial da Água (GWP), Emilio Gabbrielli. "O único aspecto positivo nesta questão é que sendo um elemento tão fundamental à vida pode, em alguns casos, transformar-se de um conflito numa oportunidade de entendimento?, disse Gabrielli, referindo-se nomeadamente a palestinianos e israelitas, que ?quando se trata de água conseguem sentar-se à mesa e dialogar?.
Em 1992 reconheceu-se internacionalmente que a água é um recurso limitado, mas só em 2002, num encontro mundial realizado em Joanesburgo, os governos levaram este assunto a sério e reconheceram que o desenvolvimento sustentável depende de uma boa gestão dos recursos hídricos.
"Alguns especialistas afirmam que o ponto crítico será por volta de 2025. Se não fizermos algo chegaremos a um ponto em que haverá muitos países com uma crise muito difícil em mãos", advertiu Gabrielli.
Na reunião realizada em 2002, os países fixaram 2005 como data limite para elaborar um plano de gestão integral dos recursos hídricos, mas as metas não foram cumpridas. A vice-presidente da GWP, a canadiana Margaret Catley-Carlson, afirma que o crescimento demográfico agudizou a crise da água, pois se há 50 anos o planeta era habitado por 2,5 mil milhões de pessoas, actualmente são 6,2 mil milhões. O problema é que são os mesmos rios, lagos e fontes de água que satisfazem a necessidade de toda esta população, além de que a água, nunca como até hoje, tem sido afectada pela contaminação de pesticidas e de químicos.
São muitos os que vêm na mercantilização da água um dos maiores negócios do futuro. O Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) teem vindo a incentivar os países a privatizar a água. Nos países que a privatizaram o custo da água subiu e já está a par com o do gasóleo. Nestes países é comum morrer-se por não haver dinheiro para pagar a água.


  
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Edição:

N.º 147
Ano 14, Julho 2005

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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