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"Conhece-te a ti mesmo"

O ensino tem uma lacuna importante no seu currículo: a falta ou escassez de conhecimentos em História e Filosofia. Particularmente nesta última área de saber, o défice chega a ser vergonhoso, pois só nos anos pré-universitarios esta disciplina está acessível. Poder-se-á perguntar para que precisam os alunos do 7º, 8º ou 9º anos, saber a maiêutica  de Sócrates, o pensamento de Platão ou de Sto Agostinho, o que é o ser e o nada. Parecem questões frívolas e de quem não tem mais nada para pensar. Mera aparência de um pragmatismo ignorante que lentamente tem tomado lugar na mentalidade hodierna, dando lugar ao imediatismo dos resultados, à exuberância dos invólucros e ao desdém pelos conteúdos.
Nas televisões surgem astrólogos dizendo sempre a mesma coisa, palavras ocas mas bonitas, com tempo de antena suficiente para ludibriar mesmo os mais atentos. De assistir a tanta fanfarronice, vamos acreditando nas suas mentiras, a falsidade vai-se insinuando nas nossas vidas e acabamos por a vivenciar como verdade. Só pelo conhecimento se poderá elevar o nível cultural do cidadão e criar anti-corpos contra o poder deturpante de alguns programas dos "media".
Currículos pensados em termos de formação integral da pessoa humana, terão que dar a mesma primazia à Filosofia e à História do que a que se está a dar às chamadas tecnologias de informação e comunicação. E por que não, desde pequenos, ensinar o significado da palavra introspecção, acompanhada de umas noções de Sócrates e do célebre "conhece-te a ti mesmo"?


  
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Edição:

N.º 144
Ano 14, Abril 2005

Autoria:

Paulo Frederico F. Gonçalves
Professor, Porto
Paulo Frederico F. Gonçalves
Professor, Porto

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