A REPRESSÃO
Cuba é o país com o maior número de presos políticos e de consciência, afirmou recentemente a proscrita Comissão Cubana dos Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN). Entre os 84 seguidos de perto pela Amnistia Internacional, 70 permanecem detidos em cadeias de segurança máxima e 14 foram libertados no ano passado", refere a CCDHRN em comunicado. "Estamos convencidos de que esta categoria específica de detidos supera amplamente a centena", afirmou o activista Elizardo Sánchez Santa Cruz, presidente da Comissão. Segundo Santa Cruz, o número de presos políticos manteve-se, no fim de 2004, em torno de 300, pois dos 317 registados no final do primeiro semestre do ano passado o número diminuiu para 294 em Dezembro. "O facto de o total de presos políticos se ter mantido estacionário durante os últimos anos demonstra a atitude repressiva do governo de Cuba no que se refere a qualquer expressão de opinião ou atitudes que divirjam das políticas governamentais", criticou a CCDHRN. Os 14 prisioneiros libertados em 2003, em virtude da "licença extra penal" por motivos de saúde, estão incluídos na nova Lista Parcial de Presos por Motivos Políticos, que a CCDHRN divulga de seis em seis meses. "Ao cumprir 46 anos no poder, o actual governo continua a transgredir direitos civis, políticos e económicos consagrados na Declaração Universal dos Direitos Humanos", denunciaram os activistas. Além disso, garantem os dissidentes Sánchez Santa Cruz e Carlos J. Menéndez, o governo de Havana "é o único no hemisfério ocidental, e um dos poucos em todo o planeta, que impede o acesso ilimitado da população aos serviços de Internet e à televisão via satélite". Os activistas recordaram também que o governo cubano continua a rejeitar a cooperação oferecida pela Cruz Vermelha Internacional, pela Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas e por outras organizações no sentido de "melhorar as condições do sistema penitenciário cubano".
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