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Depressão e obsessões podem ser aliviadas com estímulo eléctrico no cérebro

SAÚDE

Um estímulo eléctrico numa área precisa do cérebro das pessoas que sofrem de obsessões compulsivas e depressões pode ajudá-las a conseguir um alívio dos sintomas, revela um estudo de uma equipa do Centro Nacional de Investigação Científica francês (CNRS) e do Hospital Universitário de Bordéus (CHU), que testou com sucesso uma nova técnica de estímulo do cérebro que consiste em instalar eléctrodos ao nível da cabeça do núcleo caudado, situado no meridiano central do cérebro.
"Esta área é uma espécie de centro de orientação e os pacientes que sofrem de transtornos como obsessões compulsivas têm problemas neste nível", explica o neurocirurgião Emmanuel Cuny. Apesar dos resultados promissores, Cuny ressalva que este tipo de intervenção só deverá ser efectuada nos casos de graves obsessões compulsivas, já que apenas estas não respondem a qualquer tratamento".
A operação, que dura 12 horas, já foi realizada em dois pacientes, tendo os resultados da primeira intervenção, realizada em 2002, sido publicados na edição de Outubro da revista especializada "Journal of Neurosurgery". O estímulo eléctrico é uma técnica também utilizada para aliviar pacientes que sofrem da doença de Parkinson, suprimindo ou diminuindo os tremores, a rigidez e a acinesia (dificuldade em iniciar movimentos).
As pessoas que sofrem de obsessões compulsivas podem ter a mania da limpeza, da ordem, da simetria ou de ficarem presas a medos irracionais persistentes. Os doentes tendem a reduzir a ansiedade repetindo, sem parar, por várias horas e todos os dias, rituais para ordenar, lavar ou verificar.
Nos pacientes que sofrem destes males, há uma parte do lóbulo frontal, que permite detectar erros, "que funciona bem demais" explica Cuny. "Este sistema funciona permanentemente, por isso as pessoas passam todo o tempo a acreditar, por exemplo, que não fecharam bem a porta de casa. Paralelamente, a sua capacidade de mudar de ideia e de pensamento não funciona".


  
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Edição:

N.º 140
Ano 13, Dezembro 2004

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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