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Objectivos do Milénio podem estar condenados ao fracasso

DESENVOLVIMENTO

Os Objectivos do Milénio para o Desenvolvimento (OMD), fixados em 2000 numa cimeira mundial promovida pela ONU, podem estar condenados ao fracasso se todos os países, pobres e ricos, não implementarem as medidas a que se comprometeram para reduzir a pobreza e encontrar recursos para áreas como a educação, a saúde e o meio ambiente, revela um relatório do Banco Mundial (BM) divulgado recentemente.
Além da meta de reduzir para metade o número de pessoas que vivem com menos de um euro por dia antes de 2015, os Objectivos do Milénio incluem a diminuição em 50% da fome no mundo, a garantia de acesso a água potável a um maior número de pessoas, a escolarização básica de todas as crianças, a diminuição em dois terços da mortalidade infantil e em três quartos a mortalidade materna e um desenvolvimento sustentável que tenha em conta o meio ambiente.
No que diz respeito à educação, o financiamento do projecto-piloto "Educação para Todos", que se propõe garantir a escolarização básica de todas as crianças em doze países considerados em situação crítica, apresenta um deficit de 436 milhões de euros, prometidos pelos países doadores mas que nunca chegaram ao destino.
"As decisões dos doadores afectam os países em duas frentes: quando se negam a reduzir a dívida e ao mesmo tempo a fornecer ajuda", refere Max Lawson, assessor político da Oxfam, uma organização não governamental britânica especializada na ajuda ao desenvolvimento, citando como exemplo o caso da Dinamarca, que em 2002 forneceu 79 euros de ajuda por cidadão, contra os 5,7 euros por habitante dos Estados Unidos, considerado o país mais rico do mundo.
?Se chegamos à conclusão que não há dinheiro para a maioria das reformas e avanços exigidos pelos OMD, será necessário, daqui em diante, concentrarmo-nos em formas de financiamento alternativas, seja através de impostos, doações, mercados para exportações, entre outros", afirma Jim Boughton, director-adjunto para o Desenvolvimento do Fundo Monetário Internacional.


  
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Edição:

N.º 135
Ano 13, Junho 2004

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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