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Riscos biológicos da radioactividade estudados à escala europeia

Os efeitos das pequenas doses de radioactividade nos organismos vivos, que podem resultar desde cancros induzidos às lesões no ADN, serão estudados à escala europeia no âmbito de um programa de investigação no qual participam 33 laboratórios de onze países. Dotado de um orçamento de 16 milhões de euros para quatro anos (2004-2008), este projecto é denominado Risc-Rad (Radiosensibilidade nos Indivíduos e Susceptibilidade ao Cancro Induzido por Radiações Iónicas).
"Os cancros radioinduzidos podem surgir dez, vinte ou trinta anos depois da exposição à radiação, mas alguns indivíduos mais sensíveis aos efeitos dos raios-X ou a outras radiações iónicas têm uma maior probabilidade de desenvolver um cancro?, explica Laure Sabatier, chefe do laboratório de radiobiologia e oncologia da Comissão de Energia Atómica (CEA) da França, que coordena o Risc-Rad.
Alguns pacientes (aproximadamente 8%) têm uma "resposta atípica" às radioterapias, mas não se sabe se esta aparente maior sensibilidade representa, a curto prazo, um risco maior de desenvolver um novo cancro induzido dez, vinte ou mais anos depois. O objectivo do projecto é identificar o "grupo de risco" para o qual seria preciso reduzir as doses de radiação em tratamentos e exames de raios-x.
?O cancro é o resultado de um processo de várias etapas e a resposta ao mesmo tipo de cancro no interior do organismo pode ser diferente à desencadeada a nível celular?, explica o responsável científico pelo projecto, professor Leon Mullenders, da Universidade de Leiden, na Holanda, segundo o qual diferenças genéticas "subtis" poderão estar na origem das variações individuais de sensibilidade.
No final da investigação será criado um modelo matemático destinado a avaliar os riscos para as pequenas doses de radiação iónica.


  
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Edição:

N.º 134
Ano 13, Maio 2004

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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