LAICISMO

O presidente do Governo espanhol, o socialista José Luis Rodríguez Zapatero, defendeu uma "visão laica" na sociedade do país. "Chegou o momento do respeito radical pelas opções sexuais de cada indivíduo, a hora de uma visão laica na qual ninguém impõe as  suas crenças, seja na escola, na investigação ou no âmbito social", afirmou Zapatero ao Comité Federal do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).
Zapatero não citou em nenhum momento a Igreja Católica, tampouco a sua influência na política espanhola ou no governo do conservador José María Aznar.
"Chegou a hora da educação pública, da investigação e do investimento no futuro (...) de uma Espanha moderna, culta e tolerante", acrescentou Zapatero, que foi muito aplaudido pelos membros do Comité Federal.
A orientação no campo social, que fazia parte da plataforma eleitoral do PSOE, marca uma ruptura em relação ao governo conservador de Aznar, criticado por toda a oposição de esquerda por ter favorecido a educação privada e por ter reinstaurado a religião católica como disciplina escolar obrigatória.
Depois da vitória nas urnas, o PSOE anunciou que a disciplina de religião será opcional nas escolas. Além disso, o partido divulgou que favorecerá o casamento de homossexuais, reformará a lei do aborto e a lei que impede a clonagem com fins terapêuticos.
O presidente da Conferência Episcopal Espanhola, monsenhor Antonio María Rouco Varela, afirmou que está "optimista" em relação às futuras relações entre o governo e a Igreja, depois de uma conversa telefónica "cordial" que manteve com Zapatero.