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Venda de cremes de branqueamento aumenta na Ásia

PRECONCEITOS

De acordo com estudos da companhia de pesquisas de mercado Synovate, as vendas de produtos branqueadores da pele na Ásia têm vindo a aumentar, ao mesmo tempo que cresce o conceito de que a pigmentação da pele não é atraente. Assim, cerca da metade das mulheres de Hong Kong entrevistadas pela empresa no ano passado utiliza produtos branqueadores, o que representa um aumento de 12% em relação a 2002, quando 38% afirmaram fazer uso destes produtos. Os cremes de branqueamento são também comprados por mais de um terço das mulheres da Indonésia, Malásia e Taiwan.
Segundo a multinacional de cosméticos japonesa Shiseido, as vendas de produtos branqueadores da pele na Ásia aumentaram 20% entre 1997 e 2003 e corresponderam a 23% do total de vendas da empresa na região.
De acordo com a Synovate, a razão pela qual as mulheres asiáticas recorrem a estes produtos baseia-se no facto de a maioria dos homens asiáticos considerar mais atraente uma pele mais clara. O mesmo ponto de vista é partilhado entre as mulheres.
Outro estudo demonstrou que 69% dos homens e 65% das mulheres indonésios preferem que os indivíduos do sexo oposto tenham a pele mais clara, contra 74% dos homens e mais da metade das mulheres da Malásia.
"O conceito de beleza para os asiáticos é diferente do dos países ocidentais", diz Bernice Tse, gerente de produtos para a pele de uma multinacional francesa em Hong Kong.   "As mulheres asiáticas odeiam sardas e não gostam do tom amarelado do rosto. O conceito ?branco' é o objectivo", explicou.
Uma das questões que se tem colocado em volta destes produtos é a sua segurança para a saúde dos utilizadores. Michael Chan, médico do Hospital Príncipe de Gales, de Hong Kong, refere que alguns destes produtos contêm níveis perigosos de mercúrio. Em 2002, uma mulher deu entrada num hospital de Hong Kong e outras treze tiveram de recorrer a especialistas depois de terem usado dois cremes branqueadores que tinham níveis de mercúrio entre 9 mil a 65 mil vezes acima do recomendado. Um outro estudo realizado no ano 2000 pelo professor de patologia química Christopher Lam Wai-Kei, da Universidade Chinesa de Hong Kong, mostrou que oito produtos fabricados por empresas mundiais de cosméticos ultrapassavam os níveis de segurança em relação ao mercúrio.


  
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Edição:

N.º 134
Ano 13, Maio 2004

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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