Mas para outros países e outras crianças e famílias as preocupações são mais dramáticas. Cerca de 126 milhões de crianças, a esmagadora maioria proveniente de países pobres, não vão ter oportunidade de frequentar a escola este ano lectivo, revela um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). ?É uma triste realidade quando se sabe que a educação é um direito de todas as crianças e a melhor forma de reduzir a pobreza no mundo?, lamenta Carole Bellamy, directora executiva da Unicef. De acordo com o mesmo documento, 46 milhões de crianças da África sub-sahariana nunca chegaram sequer a conhecer a escola, sublinhando-se que este número conheceu um acréscimo significativo durante a década de 90. No sudoeste asiático um número aproximado de crianças e jovens está igualmente privado do direito à educação. Deste total, 56% são raparigas. Nos países industrializados o número de crianças sem escolaridade está estimado em dois milhões. Enquanto estas crianças não têm o direito de passar a porta da escola e, muitas delas, vão morrendo de fome e de doenças, os senhores do mundo vão fazendo discursos bélicos e gastando biliões em mais guerras.
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