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Conflito no Iraque mergulha Médio Oriente na incerteza económica

O conflito no Iraque vai deixar a região do Médio Oriente na incerteza sobre a  recuperação das suas economias, de acordo com especialistas do Banco Mundial (BM). No caso do Iraque a incerteza é ainda maior, já que nem o BM nem o Fundo Monetário Internacional (FMI) conhecem com exactidão a realidade económica daquele país. O BM tem feito diligências junto dos membros das Nações Unidas para que votem favoravelmente um mandato explícito para o rápido envio de missões ao Iraque no sentido de avaliar as necessidades de reconstrução do país.
De acordo com Jean-Louis Sarbib, vice-presidente do BM encarregado do Médio Oriente e Norte da África, haverá quatro grandes desafios para a região a médio e longo prazo: o aumento do emprego, o acesso à educação, a melhoria da gestão da água e o reforço do papel das mulheres na sociedade, já que a sua participação na actividade económica é actualmente "a menor do mundo", refere.
Em relação aos vizinhos do Iraque, já de si duramente atingidos economicamente ao longo dos preparativos para a guerra - com o petróleo mais caro e uma redução drástica das verbas provenientes do turismo - o futuro próximo deverá tornar a situação ainda mais sombria. "A Jordânia será o país mais afectado, mas Egipto, Marrocos e Tunísia não terão uma vida mais fácil", revela o economista-chefe do BM na região, Mustapha Nabli.
Antes do início das hostilidades, a Jordânia, o país que maiores relações comerciais mantinha com o Iraque, esperava um crescimento da economia de 5% a 6% em 2003. "Agora, o crescimento poderá ser nulo e até negativo, segundo alguns cenários", refere Nabli. No Egipto, o sector turístico foi o mais atingido, seguido pelo dos transportes, em especial no que diz respeito ao tráfego do Canal de Suez, e o do comércio. De acordo com o BM, o impacto da guerra no Iraque deverá custar ao Egipto entre 1,5% e 2% do seu Produto Interno Bruto (PIB) e cerca de 1,5 mil milhões de euros da sua balança de pagamentos.


  
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Edição:

N.º 123
Ano 12, Maio 2003

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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