Página  >  Edições  >  N.º 121  >  Tráfico humano na Ásia: "o maior comércio de escravos da História"

Tráfico humano na Ásia: "o maior comércio de escravos da História"

Cerca de 30 milhões de mulheres e de crianças foram vítimas nos últimos anos de traficantes de seres humanos na região Ásia-Pacífico, naquele que pode ser considerado como "o maior comércio de escravos da História", afirmou recentemente em Tóquio um alto funcionário do Fundo Especial das Nações Unidas para a Infância (Unicef). "As estatísticas oficiais referem que 1,2 milhões de crianças são anualmente vítimas de tráfico, mas os números poderão ser mais elevados", declarou Kul Gautum, vice-director executivo daquele órgão das Nações Unidas num simpósio internacional sobre o tráfico de crianças. Cerca de cem representantes de organizações não-governamentais, assim como diplomatas na qualidade de observadores, assistiram ao fórum, organizado pela Unicef e pelo ministério japonês das Relações Exteriores
As vítimas, em grande parte adolescentes, são exploradas em escritórios ou obrigadas a prostituírem-se, acrescentou o funcionário, lembrando que o sudeste asiático é a região com o quadro mais negro. "O número de mulheres e de crianças vítimas deste tráfico na região Ásia-Pacífico está estimado em 30 milhões nas três últimas décadas". Naquela região, os esforços destinados a pôr fim ao tráfico de seres humanos são frequentemente prejudicados por funcionários corruptos, denunciou Gautum. "Em muitos países, os governos não gostam de enfrentar esta questão e a polícia, que deveria combater esses crimes, participa neles protegendo os criminosos", disse.
Os participantes afirmaram a necessidade de uma maior coordenação entre as ONGs e entre estas e as agências governamentais. "Há muitas ONGs nos países dos quais as crianças são retiradas, nos países pelos quais transitam e nos países que recebem essas crianças, mas a verdade é que as acções dessas organizações precisam de uma maior coordenação", declarou Shinako Tsuchiya, secretário do Parlamento japonês para as Relações Exteriores.


  
Ficha do Artigo
Imprimir Abrir como PDF

Edição:

N.º 121
Ano 12, Março 2003

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

Partilhar nas redes sociais:

|


Publicidade


Voltar ao Topo