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Cientistas começam a explorar restos de um naufrágio com 2500 anos

Os restos de um naufrágio ocorrido há quase 2500 anos, o mais antigo dos registados no Mar Negro, estão a ser explorados em frente à costa da Bulgária por um grupo de cientistas americanos, entre eles um professor de antropologia da Universidade Estadual da Flórida (FSU). O navio, provavelmente de carácter comercial, teria entre 2280 e 2490 anos, segundo
estudos feitos com carbono em espinhas de peixes encontradas em vasos de argila que se encontravam a bordo, informou a equipa da FSU.
"Estes são os primeiros vestígios de um navio que nos dão provas directas da existência de comércio num período importante do antigo mundo grego", segundo refere Cheryl Ward, professora da FSU que participa nesta exploração, juntamente com o pesquisador sub-aquático Robert Ballard, da National Geographic Society.
Os restos do navio, que estão a uma profundidade de 275 pés (82 metros), foram encontrados durante uma expedição no verão de 2002. Segundo Ward, a investigação prosseguirá no próximo verão. "Nessa altura ficaremos a saber mais sobre o comércio, as técnicas e o tipo de pessoas que estava a bordo".
Apesar de a estrutura de madeira do barco ter sido praticamente "devorada" pelos organismos marinhos, algumas partes ainda estarão enterradas. A única parte visível do naufrágio é uma série de ânforas utilizadas pelos mercadores gregos e romanos. As ânforas continham pescado e ainda não se sabe se se destinavam ao consumo da tripulação ou ao comércio. Os recipientes têm um desenho característico da localidade de Sinop (na costa da Turquia, sobre o Mar Negro), de onde supostamente partiu o navio.
"Esta descoberta proporciona aos historiadores uma visão inédita de um naufrágio numa época chave do comércio no Mar Negro, conhecido até agora apenas por registos escritos", assegura Ballard.


  
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Edição:

N.º 120
Ano 12, Fevereiro 2003

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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