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Uma Ausência com três anos

(ou a reafirmação da editora que comercializa os cigarros com poesia)

A maioridade de uma editora pode atingir-se aos três anos de vida? A Editora Ausência, presente no mercado há três anos, com uma média de lançamento mensal de quatro títulos, esta a reafirmar-se com uma colecção de poesia de autores consagrados que deu a ?Os Volúveis Diademas?, de António Ramos Rosa, as honras da abertura.
Dirigida por Manuel Reis, um jovem professor de História claramente apaixonado pela editora que criou, a Ausência é já uma presença nas referências de quem gosta de poesia, pelo menos na memória dos arremedos de maços de tabaco em que cada cigarro é um rolo de poesia ou das garrafas com poemas dentro.
Na colecção que ?Os Volúveis Diademas? abre, cada autor é convidado a ilustrar (pelo desenho, pela pintura, por qualquer outro meio) a obra a publicar. Obra que será também sempre prefaciada, como acontece com os desenhos e os poemas de António Ramos Rosa, deste ?Os Volúveis Diademas?,  em texto de  Paula Cristina Costa.
A colecção ? ?Presença dos Poetas? ? é coordenada por Luís Machado, escritor e director da Associação Portuguesa de Escritores, que esteve ao lado do editor Manuel Reis no lançamento do primeiro título, apresentado, em Lisboa, no Café Martinho da Arcada e no Porto no Café Majestic.
A ?Os Volúveis Diademas? , de António Ramos Rosa, seguir-se-á ?A Fímbria da Fala?, de Teresa Rita Lopes, ?Antologia para inici-antes?, de Ernesto Mello e Castro, ?Os Ofícios?, de António Osório e ?O Pintor de Sílabas? de Joaquim Pessoa, títulos de uma colecção que se apresenta como ?ambicioso projecto no campo da poesia portuguesa?.
São ?ausências? de referência, como o são, também para a editor e em especial para o editor Manuel Reis, as revelações poéticas que a editora vai procurar numa outra colecção também dirigida por Luís Machado.
Durante três anos a viciar-se nos maços poéticos e nas garrafas que transportam um poema em vez do mapa do tesouro, Editor Ausência garante que é possível sobreviver à custa da poesia, num país onde, em algumas circunstâncias, um editor poderá ter carência de originais.
Outras terão fartura de tudo. De originais e de referências positivíssimas. Como diz Paula Cristina Costa ?(...) Ler a poesia de António Ramos Rosa é, será sempre, um caminho de palavras, solitário mas solidário, pelos umbrais da poesia e do pensamento estético, para pela sua mão entrarmos pela porta da compreensão de toda uma literatura portuguesa e universal, que esta poesia reflecte com a mesma transparência e hospitalidade com que a acolhe?.
Ai (...) ?Se eu pudesse ser apenas a lucidez do que ignoro? como no verso de Rosa.

Os Volúpeis Diademas
António Ramos Rosa
Editora Ausência, 2002
Vila Nova de Gaia


  
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Edição:

N.º 118
Ano 11, Dezembro 2002

Autoria:

João Rita
Jornalista, Porto
João Rita
Jornalista, Porto

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