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Americanos e russos juntos no regresso da religião à escola
A Coligação Cristã, um grupo de pressão político-religioso próximo da direita ultra-conservadora norte-americana, pediu recentemente ao governo de Washington o regresso da oração às escolas. "Devemos retomar o país nas nossas mãos" declarou Roberta Combs, dirigente do grupo, na abertura da convenção anual daquele movimento realizado em Novembro na capital americana. Para isso, disse, "é preciso reintroduzir a oração nas escolas".
O presidente George Bush dirigiu-se à convenção através de uma mensagem vídeo, saudando os "amigos da coligação cristã" e "os valores que juntos partilhamos", citando, nomeadamente, o casamento e a defesa da vida e da dignidade humanas. Bush prometeu, na altura, nomear juizes para o supremo tribunal que façam uma "interpretação mais estrita da constituição".
Quem faltou à convenção foi o reverendo baptista Jerry Falwell, que declarou recentemente num programa televisivo que o profeta Maomé não passava de um "terrorista".
Entretanto, na Rússia, o governo de Vladimir Putin considera a reintrodução do ensino religioso como forma de "consolidar as bases espirituais da sociedade". De acordo com o diário Vremia Novoste o governo propõe-se introduzir aulas de "cultura ortodoxa" na quais abordará as religiões tradicionais (ortodoxa, islâmica, budista, judaica) e a convidar padres a ensinar nas escolas, indicou o vice-ministro da Educação Leonid Grebnev.
"É preciso consolidar as bases espirituais da sociedade apelando às tradições russas. A economia e a ordem não são suficientes para desenvolver um Estado de direito. As razões da crise demográfica que atravessamos não se devem à crise económica mas à moral", afirmou por seu lado Gueorgui Poltavtchenko, emissário do presidente russo na região central. Para Viktor Kazantsev, representante do presidente na região do Cáucaso, "não se pode inculcar patriotismo sem uma educação religiosa"
O ensino religioso foi suprimido na Rússia após a revolução bolchevique de 1917, mas os mais recentes chefes de Estado têm feito uma aproximação sem precedentes à igreja ortodoxa.

  
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Edição:

N.º 118
Ano 11, Dezembro 2002

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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