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Universidade dos EUA recebeu há 40 anos o primeiro estudante negro
Há 40 anos, o primeiro estudante negro americano entrava na Universidade do Mississippi. Num sul rural e racista, foi necessária a presença de 30 mil militares para controlar os confrontos verificados nessa altura, que terminaram com duas mortes. No mês pasado, a universidade comemorou a data convidando o então estudante James Meredith, hoje com 69 anos, para um jantar em sua homenagem, tendo inaugurado um monumento no local dos distúrbios.
Em 10 de outubro de 1962, Meredith, com um impecável fato escuro, entrou no campus da "Old Miss" protegido pelas forças federais enviadas pelo próprio presidente John F. Kennedy. O seu olhar decidido transformou-se num dos símbolos da luta contra a segregação racial no sul dos Estados Unidos.
Na noite anterior, uma multidão furiosa cercou o prédio onde Meredith se encontrava, arremessando pedras e tijolos contra as forças policiais e queimando carros. A polícia reagiu com bombas de gás lacrimogéneo. Duas pessoas morreram, entre elas o correspondente da AFP Paul Guihard, e centenas ficaram feridas. Curiosamente, James Meredith passou bem a noite. "Nunca tive insónias", disse ao Washington Post.
Na época, Meredith era um ex-piloto da força aérea, de 29 anos, que conseguiu ser aceite na universidade por não ter mencionado a  cor da sua pele. Quando a direcção da universidade descobriu a verdade, a sua admissão foi negada. Depois de meses de batalha judicial, um tribunal federal ordenou, em setembro de 1962, que o jovem fosse autorizado a inscrever-se, já que em 1954 o Supremo Tribunal dos EUA havia decidido que a segregação nas faculdades era ilegal.
O presidente Kennedy, após vários dias de negociações infrutíferas com o governador do estado do Mississipi, crítico feroz da integração racial, ordenou o envio de tropas federais para escoltar o estudante no seu primeiro dia na universidade.
Hoje, James Meredith vende peças de automóveis em Jackson, no Mississipi.

  
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Edição:

N.º 117
Ano 11, Novembro 2002

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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