Na linguagem corrente, com o crescer da importância dos
computadores na nossa vida, passou a fazer-se, com frequência, confusão entre
os termos bit e baud, e entre bit e byte. Chegou-se mesmo a "inventar" uma
quarta palavra, o bite, a meio caminho entre bit e byte. Talvez por serem
encontradas algumas semelhanças visuais e fonéticas entre estas palavras. Ou
por, no caso do bit/s e baud, aparecerem muitas vezes associadas a valores
numéricos iguais. Ou ainda por, no caso do bit e do byte, e para quantidades
grandes, ser fácil perder a noção de os valores em byte serem cerca de dez
vezes menores do que em bit.
A confusão deixada no ar, difundida no(s) meio(s) de comunicação, circula,
circula, e vai multiplicando os seus efeitos como todo o ar de ser uma verdade
incontestada - Foi o grande X que disse, até é americano. Daí a necessidade e o
dever de procurarmos ajudarmo-nos uns aos outros nestes transes. Porque
acontece a todos poder cair no erro, mesmo a autoridades ou professores-gurus
mundialmente famosos em assuntos nos quais têm elevadas responsabilidades
Passemos aos factos. Os factos que levam a confundir quantidades de informação
com rapidez de transmissão de dados ou com a designação dos caracteres
informáticos.
Então, comecemos pelo baud, uma unidade empregue inicialmente na telegrafia e,
posteriormente, na transmissão de dados. O baud, a aparecer-nos popularizado em
ligação com os modems, equipamento concebido para a adaptação dos sinais
emitidos pelos computadores às características do meio de transmissão
utilizado, nomeadamente às linhas telefónicas. Com o baud indica-se o número de
vezes, por segundo, que o sinal transmitido para o meio de transmissão - o
sinal dito portador, nomeadamente uma frequência "central" da faixa telefónica
- é modulado em função dos dados emitidos pelo computador (p.ex. 1200 vezes,
1200 bauds).
Os dados emitidos pelo computador aparecem ao modem como séries de sinais
binários - ou o sinal, p.ex. uma tensão, ou a sua ausência - e o modem utiliza
um ou mais desses sinais binários de cada vez para a correspondente actividade
de modulação. Então, se a cada modulação corresponder um sinal binário, o valor
numérico em baud é igual ao valor numérico em bit (p.ex.: 1200 baud e 1200
bit/s). Nos outros casos, os valores numéricos em bit/s são múltiplos dos
relativos a baud (p.ex.: se a cada instante de modulação forem adscritos dois
sinais binários, teremos 1200 baud e 2x1200 bit/s, isto é, 2400 bit/s). E assim
por diante.
Isto, quanto a bit/s e baud. Já os bytes servem antes para nomear os caracteres
informáticos, uma unidade básica da informática. E é em termos da uniformidade
da dimensão dos bytes - ocupação de oito posições de memória -, e da capacidade
de registo ou armazenagem das unidades de memória dos computadores em bytes -
"tantos" bytes de memória -, que estes são referidos. Agora: cada uma das
posições de um byte corresponde à definição de um sinal binário - vimos o que
é, sinal ou sua ausência, 0 ou 1 - e, portanto, a um bit. Um byte representa,
assim, oito bit em termos de quantidade de informação virtual, pronta a ser
actualizada para nós.
Em resumo, os bit correspondentes aos sinais dos bytes são transmitidos a uma
cadência de "X" bit/s, por meio da modulação de um sinal portador - isto é,
como que cavalgando-o -, a uma cadência de "Y" baud.
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