Entrou, pela primeira vez, num infantário para substituir uma educadora em licensa de parto e foi ficando. Com 31 anos, Sandrina Mota, é ajudante ocupacional de ATL na Misericórdia da Vila de Cucujães, Oliveira de Azeméis. Lida com crianças dos 6 aos 10 anos. Para oficializar doze anos de experiência Sandrina está a frequentar um curso para Auxiliares de Acção Educativa. Profissionalmente, o diploma confere uma mudança de escalão e pode significar um aumento salarial. No ATL os novos conhecimentos já geraram mudanças.
Tem dado muito uso aos conhecimentos que tem adquirido aqui?
Já mudei o aspecto da minha sala! [risos] Quando abordamos a matéria sobre a colocação e os porquês dos locais na sala, referimos que a biblioteca deveria estar num sítio onde pudesse ter luz directa de modo a que os miúdos pudessem ler com tranquilidade. Ora, na minha sala, a biblioteca estava num cantinho, encostada a uma parede, porque julgavamos ser mais acolhedor. Depois percebi que afinal eles não se deviam sentir assim tão bem lá?

Essa mudança teve algum efeito nas crianças?
Sinto que agora procuram mais a biblioteca. Só o facto de estar colocada junto a uma parede de vidro já faz com que os miúdos se sintam melhor alí. Não apenas para ler. Os miúdos pedem muito para ir para lá, só para estarem a falar? Agora a biblioteca é um cantinho deles.

Enquanto mãe e educadora, como é que a antecipação da data de início do ano lectivo no pré-escolar e a diminuição dos períodos de férias do Natal, da Páscoa e do Carnaval?
É benéfico para o dia- à ?dia dos pais, mas para a criança? Se o infantário está aberto, mesmo tendo uns dias de folga nesses períodos de férias os pais podem entender que não querem os miúdos em casa a "chatear"? Ou se tiverem oportunidade de "fazer mais umas horas", provavelmente aceitam, porque o infantário está a aberto. Quebra-se um bocado o contacto entre pais e filhos, mas na nossa sociedade esse é um mal necessário.