Em termos médios o ensino não superior:
- É melhor no sector público
- É melhor no sector privado
- O público e o privado equivalem-se em termos de qualidade
O ensino não superior
Tendo em conta os cursos desenvolvidos em parceria entre
empresas e os centros de emprego, penso que a sua actualização
leva ao engajamento no mercado de trabalho,sem perdas de ritmo de estudo e
com possibilidade de profissionais bem enquadrados, com visão de formação
contínua aceite por todos os parceiros.
Arlete Alves
Alunos escolhidos não se destacam
No ensino particular os alunos são escolhidos. O
ensino público acolhe todos os alunos independentemente das qualidades
de cada um e do apoio que têm da família. Não é
isso que acontece no ensino privado. Neste os alunos são escolhidos
e vão para os colégios privados os que têm mais acompanhamento
da família. Por essa razão era de esperar que o ensino privado
tivesse melhores resultados. A verdade é que não é. Esta
é uma daquelas coisas que o senhor José Manuel Fernandes do
jornal Público não entende. Está convencido que o privado
é que é bom.
Sónia Ribeiro
Particular(mente) de má qualidade
Sempre existiram alguns colégios privados de boa
qualidade. Mas se falamos em termos médios ou da maioria é uma
desgraça.
O que conheço é vergonhoso. Ao aparato de seriedade, interesse
pelos alunos e rigor não corresponde nada de sério. Os pais
recebem muita informação sobre o aluno mas ela é feita
para satisfazer os pais, para os iludir e não para dar uma informação
rigorosa sobre os alunos.
Os colégios vivem do faz de conta. Vivem a fabricar aparências
de competência. A verdade é que vivem de expedientes, de professores
em tempo parcial, sem quadro de pessoal docente devidamente preparado. Nalguns
colégios as turmas rebentam pelas costuras e as reuniões de
avaliação limitam-se a um ou dois professores a compilar os
papeis que os outros deixaram porque tiveram de ir para a escola a que pertencem.
Genericamente o ensino privado é mesmo de fraquissima qualidade.
João Pedro Seixas
Inferior
A designação "não superior"
atríbuida ao ensino publico e ao privado é exemplar. De facto
qualquer um destes dois braços do sistema educativo não é
superior mas de qualidade média e mesmo inferior.
É urgente mudar a resposta do nosso sistema de ensino. Não me
parece que existam diferenças significativas no sector público
e no privado. Em ambos podemos encontrar um ou outro caso de melhor qualidade.
No entanto a média é má sobretudo se tivermos em conta
o investimento feito na educação em Portugal. O que se gasta
é mais do que suficiente para se fazer muito melhor.
Quero reconhecer que o jornal a Página, que sigo com atenção,
tem disponibilizado contributos significativos para que se encontre uma resposta
mais adequada à população portuguesa. Assim os que decidem
e executem lhe dêem atenção.
João Perestrelo
Em termos médios o ensino superior:
- É melhor no sector público
- É melhor no sector privado
- O público e o privado equivalem-se
O público é de melhor qualidade
A procura feita pelos alunos é clara. Os alunos procuram
o ensino público, não só por razões económicas,
mas sobretudo por razões que se prendem com a qualidade. O ensino superior
privado, à maneira portuguesa, quis fazer o negócio de mercearia.
Ganhar dinheiro sem investir. Fazer de conta que se tem qualidade sem a ter.
Improvisar. Falar muito e fazer pouco... são características que
não ajudam à qualidade.
Carlos Reis
A quantidade é inimiga da qualidade
Lamentavelmente em Portugal o sector privado teve mais olhos
que barriga. Quis mais quantidade que qualidade. Tem havido também muito
oportunismo nomeadamente na localização das escolas. Criaram-se
escolas por tudo quanto é sítio. Mais ainda quando as autarquias
ofereceram facilidades (terrenos, edifícios, etc). Não se teve
o cuidado de avançar à medida que se ia tendo um corpo docente
à altura das necessidades. O que se quis foi matricular alunos e contar
moeda. Por essa razão temos um ensino privado de vão de escada.
Um ensino de péssima qualidade (salvo raras excepções).
Pedro Malafaia
Levar a coisa a sério
Julgo que até agora o ensino superior privado em Portugal
não foi levado a sério. Grosso modo tratou-se de um capricho ou
brincadeira desta ou daquela personalidade ou deste ou daquele grupinho de pessoas.
Cada um quis fazer a sua escolinha. E as escolinhas estão aí.
A questão está em saber se estas pessoas têm capacidade
de deixar de olhar para o umbigo e se são capazes de juntar esforços
e de quatro ou cinco escolinhas são capazes de fazer uma universidade.
Tal como as televisões Portugal não tem dimensão para ter
mais do que duas ou no máximo três universidades privadas. Enquanto
não se perceber isto estamos no mundo da fantasia.
José Manuel Salgado
Amiguismo e negócio
Em muitas instituições de ensino superior público
funciona a pressão do amiguismo. Criam-se cursos, desenvolvem-se projectos,
iniciam-se disciplinas, criam-se mestrados e doutoramentos, não pelo
seu valor em si ou pelo interesse que têm para a sociedade e para os alunos
mas para permitir encontrar resposta a necessidades de carreira ou mesmo emprego
de algun(s) ou alguma(s) amigo(s) amiga(s). O amiguismo é um malefício
do sector público do nosso ensino superior.
No ensino privado o aspecto mais negativo é o vender «gato por
lebre». O negocismo é o problema maior. Em muitas «escolas»
quis-se vender por engenharia os disparates mais diversos. Passamos a ter engenheiros
de tudo e mais alguma coisa. Bastou aparecer um biologo com curiosidade em caracóis
para que a sua «escola» criasse uma licenciatura em engenharia dos
caracóis e um mestrado na caracoleta. O descrédito do privado
é de tal ordem que a recuperação de algum prestígio
passa pelo desaparecimento do que está.
Ao contrário do que propagandeiam os neoliberais o rigor, a qualidade,
a boa gestão, a relação saudável com o mercado não
são características do sector privado. A falcatrua, o embuste,
a pequena vigarice, o palavreado são caracteristicas mais salientes.
Sergio Ribeiro
A questão do aborto deve:
- Voltar a ser referendada
- Ser discutida na Assembleia da República
- Ficar como está
Sobre o aborto
Penso que foi um erro ter havido o referendo depois da
votação já esclarecida na Assembleia da Républica,ainda
por cima com a linguagem confusa que foi utilizada.
Pelo respeito que nos devem as crianças penso que os passos dados
na Itália, católica, nos deviam dar o exemplo de não
jogar sínico neste assunto.
Arlete Alves
Questão de consciência
O aborto é uma questão de consciência.
Em última análise da consciência da mulher se bem que,
sempre que possivel, deve ser uma questão partilhada entre homem
e mulher.
Regulamentar o aborto é como regulamentar o amor. Acredito que alguns
e algumas quereriam, se pudessem, fazer uma lei que dispusesse sobre quando,
como e em que circunstâncias e com que finalidade se podia fazer amor.
Regulamentar o aborto é como regulamentar o amor. Permitir o desenvolvimento
de vida dentro de nós é apenas o prolongamento de um acto
de amor. Se o desenvolvimento dessa vida tem ou não sentido cabe
à consciência da mulher decidir.
As leis devem servir para outras coisas. A respiração não
está sujeita à lei.
Sónia Ribeiro
Assembleia da República
Julgo que a questão devia ser tratada na Assembleia
da República. Deviamos, para além do respeito pelo direito
das mulheres, ajustar a nosssa legislação à do resto
da União Europeia. Mas com a actual maioria na Assembleia da República
não me parece que se possa resolver este grave problema. Será
que temos de esperar pelo fim da legislatura?
Pedro Sousa
Liberdade e aborto
A questão do aborto serve de pretexto para enfatizar
valores morais e supostamente éticos identificados com a facção
conservadora e retrógrada da sociedade portuguesa. Infelizmente,
não creio que se possa estar preocupado com a questão da vida
da futura criança (esse é um factor inevitável).
Através do aborto pretende-se limitar a liberdade da mulher e interferir
com o seu corpo. Éstá subjacente, portanto, uma mentalidade
totalitária, à qual é impossível aceitar a liberdade
sexual do elemento feminino e todas as consequências que tal desiderato
possa trazer consigo. A mentalidade reaccionária e hipócrita
da igreja não aceita a emancipação do corpo da mulher
pois isso significa, na prática, o fim de uma moralidade, enraizada
ainda no obscurantismo e na ignorância.
Paulo Gonçalves
Abortos
Muitas mulheres abortam nos primeiros dias ou semanas
de gravidez de forma involuntária. Será que os que defendem
a proibição da interrupção voluntária
da gravidez, e que são religiosos, defendem funerais religiosos para
estes embriões? Se como dizem já são crianças
defendem que sejam sepultados com o cerimonial devido às pessoas
religiosas?
Fica a pergunta porque não conheço a resposta. Se alguém
a tiver agradeço.
São Gameiro
A política educativa do Ministério da Educação está
a ser:
- Muito boa
- Boa
- Razoável
- Má
- Muito má
Perdoai-lhes Senhor?
Observando a forma trapalhona e ridicula como genéricamente
este governo se comporta só apetece dizer: "Perdoai-lhes Senhor
que não sabem o que fazem".
Sónia Ribeiro
Espero que mudem depressa
Até gostaria de poder dizer que o actual governo
estava a governar bem. Mas é impossível. O 1º ministro
é artificial, ficticio e irritante. A maior parte dos ministros estariam
melhor numa fábriqueta de enchidos do que no ministério. Fazem
esforço para se darem ares de ministros, mas não passam de
coitadinhos. Se não aprendem depressa estamops tramados. Espero que
melhorem depressa pois isso é essencial às nossas vidas.
João Manuel Magalhães
É só asneira
No dia 3 de Julho, o senhor 1º ministro Durão
Barroso disse que o actual governo fez mais em três meses do que o
anterior em três anos. O 1º ministro pecou por modéstia.
De facto fez mais asneiras em três meses do que o anterior governo
em seis anos.
Mafalda
Não sejam parolos
De um momento para o outro, o PS voltou a ser a escolha
certa, a mudança segura. Durão Barroso e os seus ministros
são péssimos em tudo o que fazem. Há neste governo
uma intenção obscura e escondida de prejudicar o país,
de matar à fome os portugueses, de reprimir os trabalhadores. São
incompetentes e está tudo mal. Pessoas altamente credibilizadas junto
da vida política e social de repente tornaram-se nuns azelhas que
não sabem o que fazem. Por favor!! Não sejam parolos!! Afinal,
a maioria dos portugueses estava a dormir no dia em que elegeu democraticamente
o presente governo?! Ou será que ninguém se deu ao trabalho
de ler o programa de governo , onde estava bem claro o que se iria passar
na RTP, na saúde, na educação!?... Sabem, apesar de
sofrermos todos de parolice há vários séculos, eu continuo
a achar que existe cura. Não sei é se há alguém
interessado...
Miguel Santos
(Re) Não sejam parolos
Meu caro
Para discordar não é preciso insultar. Você tem o direito
de gostar da política do actual governo. Outros têm o direito
de não gostar.
Discordo dos seus argumentos:
1º - O facto de se criticar o actual governo não quer dizer
que o PS seja, de momento, a alternativa, ou até que tenha de estar
visivél a alternativa. Podemos criticar a acção política
de um qualquer governo sem pensar em oposições.
2º - «Há neste governo uma intenção obscura...
em prejudicar o país». O facto de se discordar da política
deste governo não implica um juizo de valor da natureza que afirma.
O que há é apenas falta de preparação e de competência
para governar de acordo com o critério de quem critica;
3º - "Pessoas altamente credibilizadas junto da vida política
e social...?". Francamente!!! Você acredita mesmo que estes ministros
e secretários de Estado têm créditos firmados na vida
social e política? Quais pessoas? Onde se notabilizaram? Que produziram
na vida? Em que se notabilizram? No box? Na carreira partidária?
Em concreto onde se notabilizou D. Barroso? Que fez na vida para além
da carreira político/partidária? E P Portas? Notabilizou-se
copiando um modelo estrangeiro de jornal enquanto director do Independente?
Ou notabilizou-se como gerente de uma «empresa» de vão
de escada na Universidade Moderna? Que fez mais na vida social, cultural
e política? E os outros ministros e secretários de Estado?
Dê exemplos para eu conhecer. Deixemo-nos de mistificações.
Apresentemos factos palpáveis. Obra que se veja.
4º - "Afinal a maioria dos portugueses...". A maioria? Qual
a % dos portugueses não votantes? Os quase 40% de portugueses não
votantes podem contabilizar-se em algum partido? E dos que votaram qual
a % que votou PSD? Quando se fala de «os portugueses» estamos
a falar de todos os portugueses: dos que não votaram, dos que votaram
e se abstiveram, dos que votaram nos vários partidos. Porque não
faz contas para saber qual a infíma minoria que votou PSD?
Permita-me a pergunta: Em cada 100 portugueses com direito de voto quantos
votaram no PSD nas últimas eleições? Se somar os abstencionistas
(são portugueses) aos que tendo ido votar não votaram PSD
(são portugueses) conclui com facilidade que apenas uma pequena minoria
de portuguese votou no PSD. De resto uma minoria semelhante à minoria
que votou PS. Falar da maioria dos portugueses é um abuso, ainda
que seja um abuso vulgarmente usado por muitos políticos, comentadores,
cidadãos em geral. Mas não deixa de ser um erro grosseiro
de interpretação da vontade política dos portugueses.
5º - Permita que discorde quanto à parolice. Na minha opinião
nós portugueses não temos uma percentagem de parolos mais
elevada do que a que têm outros povos. O que temos, como outros têm,
são opiniões diferentes e maneiras diferentes de olhar a realidade.
Mas isso não é parolice. São modos diferentes de ver.
Para mim o senhor não é nenhum parolo só porque discordo
do seu modo de ver a realidade em que vivemos.
6º - Finalmente: permita que afirme públicamente que na minha
opinião este governo é fracote, nervoso, tende para a mentirinha
fácil, cai muito na demagogia, no palavreado barato, é composto
por uma maioria de governantes impreparados para a função
e por dois ou três razoavelmente preparados. O 1º ministro não
tem estaleca para o lugar como de resto é reconhecido por correligionários
dele. Em suma, com este governo não nos governamos.
Paulo Santos
(Re)Não sejam parolos
Eu, pela minha parte, prefiro ser parolo! a partilhar
a minha opinião com aqueles que se assumem defensores do actual governo.
Paulo Gonçalves
Os parolos do governo
Reconhecendo que criticar factos políticos é
mais útil do que qualificar políticos quando observo a actuação
e a pose dos políticos que formam o actual governo não posso
deixar de os qualificar. Depois de ler os depoimentos anteriores o qualificativo
PAROLOS assenta como uma luva aos nossos actuais governantes. Parolos, aturdidos,
contrafeitos, qualifica bem o modo como os sinto.
Com as devidas deculpas aos simpatizantes do governo barrosista.
Marques Ferreira
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