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Já conhece o novo cálice de Porto ?...
Está em cena no Teatro do Campo Alegre... É um casamento em três actos - "um religioso, um social & um sexual", nas palavras de César Príncipe, um dos co-autores da peça da Seiva Trupe - que começa no Monte da Virgem e acaba na Ponte da Arrábida. O público só tem acesso aos actos (dois) que passam no Teatro do Campo Alegre, sob o alto patrocínio de Baco e Afrodite, da Imprensa e da televisão do coração, numa fantasia musical que recupera um velho cálice de Porto ainda na nossa memória. Teatro de Boulevard, revisto à moda do Porto e com sotaque do Norte, este Casamento é, em vários sentidos, a recuperação do velho cálice de Porto. No café-teatro em que se transforma a plateia da principal sala do Teatro do Campo Alegre, apenas se serve Porto, um cálice de Porto, por sinal na peça redesenhada por Álvaro Siza, hoje cálice oficial, que o espectador pode e deve levar para casa, finda a função. O "Casamento" da Seiva Trupe - bem diferente (ou talvez não) do levado à cena por uma companhia brasileira no último FITEI - faz-se, no palco, com Alexandre Falcão, Paula Guedes, António Pedro, Gonçalo Pimentel, Mário Moutinho, Rute Miranda, Patrícia Franco, Margarida Gonçalves, Vera Alvarenga, Luciana Abreu e José Miguel Oliveira, segundo a ordem da própria companhia. Numa encenação de Fernando Gomes, que também assina, ao lado de César Príncipe e Benjamim Veludo, a autoria dos textos, este "Casamento" tem ainda música de Pedro Guedes e direcção de vozes de Guilhermino Monteiro Quando se fala de ousadias, é inevitável referenciar o espectáculo montado pelos brasileiros Os Privilegiados: O Casamento. Trata-se de um texto dramático construído a partir do romance homónimo de Nélson Rodrigues, um dos grandes dramaturgos brasileiros que tem aqui das suas raras incursões no romance. Publicado nos anos 60, foi então factor de grande polémica, sobretudo pelo modo como joga com a perversidade e uma certa e suposta santidade.

  
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Edição:

N.º 114
Ano 11, Julho 2002

Autoria:

João Rita
Jornalista, Porto
João Rita
Jornalista, Porto

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