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Energia espacial

O governo japonês vai pôr em prática nos próximos meses um ambicioso projecto destinado a desenvolver satélites capazes de enviar energia para a Terra, uma tecnologia ainda incerta mas que acalente grandes esperanças para lutar, em particular, contra o aquecimento do planeta.

O Japão auto impôs-se um prazo de quatro décadas para desenvolver seu programa, esperando que o mesmo esteja operacional em 2040, referiu recentemente Osamu Takenuchi, funcionário da divisão espacial do ministério japonês da Economia, Comércio e Indústria. Para isso, o ministério vai iniciar no próximo mês a pesquisa e o estudo de viabilidade, acrescentou ainda aquela fonte.

O objetivo do projecto é colocar em órbita geoestacionária, a 36.000 km da Terra, um satélite equipado com dois painéis solares, com uma superfície de três quilómetros por um quilómetro. Espera-se que um dispositivo desta envergadura seja capaz de gerar um milhão de quilowatts por segundo, ou seja, o equivalente a uma central nuclear. A eletricidade será enviada para a Terra através de microondas emitidas por uma antena de aproximadamente um quilómetro de largura e será captada por receptores de vários quilómetros de diâmetro instalados no deserto ou no mar. Ao contrário das instalações solares em terra, "o satélite poderá produzir eletricidade durante a noite", informou Takenuchi.

O custo do projecto está previsto em 17 biliões de dólares e a a energia produzida desta maneira custará mais do dobro do que a energia nuclear ou térmica, mas a equipa encarregue de desenvolvê-lo está a estudar formas de reduzir esses custos. "A principal questão que se estabelece é a rentabilidade do projeto", já que "a produção de energia solar só poderá desenvolver-se se for menos cara do que as outras energias", acrescenta Jun Nishimura, professor de ciências do espaço da Universidade de Tóquio. A tecnologia nuclear, que produz um terço da energia que o Japão consome, é questionada por uma crescente parte da opinião pública do país desde que um acidente provocou duas mortes, em Setembro de 1999, numa fábrica de comubustíveis para as centrais nucleares.

Recorde-se que a Agência Espacial Norte-americana (NASA) realizou nos anos 70 estudos sobre a possibilidade de se produzir electricidade no espaço, mas as pesquisas não resultaram em procjetos concretos.


  
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Edição:

N.º 100
Ano 10, Março 2001

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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