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Teoria de Darwin regressa aos EUA

Depois de dezoito meses de acesa polémica, Darwin ganhou: a sua teoria sobre a evolução das espécies, retirada dos programas escolares do estado norte-americano do Kansas sob pressão de grupos fundamentalistas cristãos, foi reabilitada e será de novo ensinada nas escolas. O Conselho de Educação do Kansas votou recentemente a favor do restabelecimento do ensino das teorias darwinianas, infligindo uma pesada derrota à comunidade fundamentalista cristã, crente no Criacionismo, teoria suportada numa interpretação literal dos textos bíblicos quanto à origem do mundo.

"Temos níveis científicos que o resto do mundo poderia invejar", disse, após a votação, um dos membros do conselho, Carol Rupe, depois de o estado do Kansas ter sido alvo de chacota após a decisão de abolir Darwin, tomada em 1999. Na altura, o governador daquele estado, Bill Graves, considerou a decisão como "terrível, trágica e embaraçosa". O Conselho de Educação do Kansas tomou a decisão acertada no benefício dos alunos e da consciência nacional", comentou Eugénie Scott, directora do Centro Nacional para o Ensino da Ciência.

O único membro anti-evolucionista que continua a pertencer ao Conselho de educação do Kansas após as últimas eleições, cuja nova composição ditou a revogação da anterior decisão, não manifestou qualquer arrependimento. "O facto de essa teoria ser ensinada no mundo inteiro não significa que esteja correcta", afirmou Steve Abrams, que não justifica a sua oposição à teoria evolucionista com base nas convicções religiosas, mas sim em "imprecisões científicas".

Recorde-se que o Kansas não é o único estado norte-americano onde a teoria da evolução de Darwin está arredada das escolas, já que pelo menos seis outros estados não lhe fazem referência nos seus programas escolares de ciência: o Illinois, a Florida, o Mississipi, o Ohio, o Oklahoma e o Tennesse.


  
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Edição:

N.º 100
Ano 10, Março 2001

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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