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A PÁGINA, 25 anos

André Escórcio. Não fora A Página da Educação e o sistema educativo, a cultura e as questões sociais estariam, ainda, em situação mais complexa e angustiante! A PÁGINA tem sido a máquina inteligente que, através da palavra, tem tentado remover a pedra da incompreensão política. Uma ferramenta fundamental na perspetiva da preparação de um terreno onde possam ser lançadas as sementes de uma Educação fundada na liberdade, na motivação e na qualidade das aprendizagens. A PÁGINA tem sido, por isso, o melhor meio de formação permanente, porque condensa, alerta e desperta muitas interrogações.


António Magalhães. Sublinhar o caráter inovador do projeto editorial da PÁGINA é enfatizar o seu papel na disseminação reflexiva do conhecimento sobre a educação, colocando em diálogo a investigação com o terreno das práticas. A tradução no género jornalístico do conhecimento desenvolvido pelas diversas comunidades académicas, assente no primado da leitura e discussão compartilhadas, é uma das características que fazem deste projeto algo de único e que há que celebrar.


David Rodrigues. Gandhi dizia: “Sê a mudança que gostavas de ver no Mundo”. Este parece-me ser um bom ex-libris para A Página da Educação na comemoração do seu 25o aniversário. Nestes anos, a PÁGINA mostrou a urgência de uma Educação ligada à cultura e sobretudo comprometida com a inovação e com a cidadania participativa. Perde-se tempo quando não se lê a PÁGINA e, nestes tempos de incerteza, que duram pelo menos desde o princípio do Mundo, quero desejar à PÁGINA energia e ânimo para continuar a ser o que sempre foi: inconformada, inspiradora e solidária.

Henrique Vaz. Há uns anos (10, 11, talvez), o José Paulo Serralheiro falou comigo pessoalmente para me convidar a escrever uma rubrica regular na PÁGINA. Na altura, senti um imenso orgulho, mas também alguma estupefação pelo facto de me convidar – porquê, pensava eu – e por me incluir numa rubrica designada “impasses e desafios”. Gostei. Gostei mesmo, senti-me identificado. Na altura, já conhecia a PÁGINA há algum tempo, mas não desde os seus inícios. Para mim, a PÁGINA não é desligável daquela figura de barba branca, serena, indagadora para além de si, capaz de ver no meu campo de cegueira, inteligente e projetada num tempo que ele próprio desconheceu. A leitura a que me obriguei, entretanto, mais atenta, mais cuidada, mais participativa desvendou-me o espaço do sentido da escrita sobre a educação, não resolutiva, mas problematizante, incomodada até. Deixou-me o sentimento, até, do repetitivo, mas do necessário dizer através deste instrumento que nos encontra numa leitura em espaços esconsos, de reserva, de privacidade, de tempo sem tempo. A PÁGINA não significa grande coisa no número 32, mas significa na sua temporalidade aquilo que o número 32 anuncia. E até o repetitivo pode anunciar resistência, inconformismo, recomeço, luta. Essa é a PÁGINA que trago comigo!


Ivonaldo Leite. Estreitei contacto com a PÁGINA através de José Paulo Serralheiro, de saudosa memória, em fins dos anos 1990. Vivendo no Porto, por razões de investigação, escrevi um artigo para o então jornal A Página da Educação, e de seguida ele me formulou o convite para ser colaborador regular. Daí decorreu uma frutífera amizade e colaboração, permitindo-me testemunhar de perto o valioso contributo que a PÁGINA tem dado, ao longo dos anos, para o debate educativo no mundo de língua portuguesa, com significativos reflexos deste lado de cá do Atlântico.

José Antonio Caride. La educación en miles de páginas. Eso es, 25 años después, como pasado y futuro, A Página da Educação. Un quehacer cívico, pedagógico y social hecho relato: la razón incómoda y el sentimiento inquieto acerca de la educación que tenemos y deseamos. Escrituras y lecturas comprometidas en la construcción crítica, compartida, reivindicativa y transformadora de la educación posible y necesaria. Luz en la oscuridad de un mundo desbocado.


José Miguel Lopes. Há 14 anos que sou colaborador regular d’A Página da Educação, por honroso e simpático convite do saudoso José Paulo Serralheiro. Sinto orgulho em participar num projeto de grande relevância no campo educacional e não só. Leio sempre com entusiasmo os artigos, reportagens e entrevistas que fizeram e fazem da PÁGINA um espaço educacional que sempre se pautou pela edificação de uma escola democrática e inclusiva. A revista afirma-se como um veículo de enorme relevância para professores, estudantes e pesquisadores.


João Teixeira Lopes. Ao longo dos anos, a PÁGINA tem cumprido dois objetivos fundamentais: dar conta das novidades em termos de política educativa e pensamento crítico e, por outro lado, aprofundar temas que constituem autênticos dossiês de referência. Em simultâneo, ficamos a conhecer os protagonistas deste combate infinito por uma educação mais justa e capaz de vencer a hegemonia do conservadorismo vigente, tão mergulhado nas falácias do mérito, dos rankings e da competição entre pessoas e dentro das instituições. Em certa medida, no fio das várias edições, vislumbra-se um horizonte de utopia, não como algo de inatingível e etéreo, mas enquanto dimensão palpável, realista e gradativa que, passo a passo, edição após edição, na acumulação da troca de saberes, nos entusiasma e une, apesar das salutares diferenças de perspetiva.


Leonel Cosme. Vendo, ouvindo e lendo (repetindo a grande Sophia) como há décadas os titulares do pelouro da Educação não acertam num modelo capaz de responder às exigências e responsabilidades intemporais de formar os futuros grandes e pequenos filhos da Nação, todos igualmente destinados a vencer os imperativos do tempo e do espaço em que vivem, a missão de um órgão da comunicação social como A Página da Educação, pelo que representa no debate de ideias e no acúmulo de experiências, continua a ser a mesma que iniciou há 25 anos: perseverar na campanha infindável da Educação.


  
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