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CAIS debate emigração coagida

O 11º congresso da Associação CAIS (5ª feira, 19 de abril, na Universidade Católica de Lisboa) é dedicado ao tema “Portugal Emigrante - por um não-coagido fluxo migratório”. Um tema preocupante para a instituição, que alerta para o aumento do número de portugueses obrigados a abandonar o país em busca de melhores condições de vida.

“Temos essa preocupação. Estamos a ver um conjunto de jovens e adultos em idade ativa a deixar o país porque aqui não têm oportunidades. Emigrar é um direito de todos e ninguém deveria ser obrigado a sair”, referiu Henrique Pinto à PÁGINA.

O diretor executivo da CAIS sublinha que “Portugal não perdeu a sua riqueza e os seus recursos”, pelo que é preciso, antes de emigrar, olhar para as possibilidades no país. Mas, mais do que encontrar meras fórmulas, são precisas “soluções que sejam sustentáveis”. Henrique Pinto alerta que esta não é uma crítica aos que partem de forma voluntária. “Ao falarmos de não coação falamos do facto de as pessoas serem obrigadas a sair por razões económicas, políticas ou ambientais”, frisa o responsável, acrescentando que “antes de sair, vale a pena migrar cá dentro” – aliás, testemunhos de sucesso vão ser dados, durante o congresso, por várias pessoas que, antes de emigrar, decidiram apostar nas terras lusitanas.

No entanto, refere Henrique Pinto, o número de pessoas a deixar o país é elevado. E, face ao agravamento da crise económico-financeira, também tem aumentado o número de pessoas nas ruas. E são cada vez mais jovens e mais mulheres. “Quando faltam apoios, nomeadamente por parte do Estado e das instituições, que já não conseguem dar mais, vamos encontrar um conjunto de pessoas que antes se iam resguardando – o que acontecia com as mulheres – e que agora começam a aparecer”, sintetiza Henrique Pinto.

O congresso da CAIS vai contar com a participação de várias personalidades, entre as quais Luís Amado (ex-ministro dos Negócios Estrangeiros), Guilherme d’Oliveira Martins (presidente do Tribunal de Contas) e Marco António Costa, secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social.

Maria João leite, 18.04.2012


  
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