A Associação Portuguesa do Cancro no Cérebro (APCCérebro) lançou um desafio aos dirigentes políticos: a criação de um complemento de apoio a estudantes com necessidades de saúde. Renato Daniel, presidente da associação, explica, em comunicado, que se trata de “um apoio específico para os estudantes com limitações derivadas da sua condição de saúde”, independentemente desta ser de natureza oncológica ou outra. A iniciativa visa proteger o futuro académico de bolseiros confrontados com despesas médicas inesperadas.

Renato Daniel fala por experiência própria. “Todos nós, que fazemos parte da APCCérebro, acabámos por ter de contactar diretamente com o cancro do cérebro e, sentimos necessidade de procurar formas de ajudar as pessoas que terão, infelizmente, de lidar com esta mesma patologia que, de acordo com os dados disponíveis no Registo Oncológico Nacional, afeta maioritariamente os jovens.” E sublinha: “Não se trata de um apoio apenas para quem sofre de tumores cerebrais ou doenças oncológicas, mas para todos.”

O responsável acrescenta que esta proposta é orientada pela igualdade de oportunidades e que a iniciativa visa garantir o acesso a serviços essenciais como fisioterapia, terapia da fala, terapia ocupacional, acompanhamento nutricional e psicológico. Embora os cuidados sejam disponibilizados pelo Serviço Nacional de Saúde, a associação lembra os tempos de espera, que levam muitos a procurar alternativas.

A associação acredita que este apoio anual teria um impacto transformador. “Em termos orçamentais, é uma medida muito ligeira, mas pode fazer a diferença na vida das pessoas, pode fazer com que voltem a aprender a falar, voltem a mexer um braço, a exercer a função para a qual se estavam a preparar enquanto estudantes do ensino superior”, remata Renato Daniel.