A 10ª edição do Projeto de Educação Financeira ‘No Poupar Está o Ganho’, promovido pela Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, terminou a 19 de junho com o anúncio dos trabalhos vencedores. A sessão de encerramento, que decorreu online, contou com a participação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Este projeto de Educação Financeira premeia os melhores trabalhos do 1º, 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico e do Ensino Secundário. No que toca ao 1º Ciclo, o primeiro prémio foi atribuído à turma do 3ºB da Escola Básica de Agudela, em Matosinhos, que concorreu com o jogo ‘Quem quer ser poupado’. “Vencer este prémio é ótimo. É um sentimento de dever cumprido, reconhecido pela sociedade. Os alunos, mesmo de tenra idade (dos 6 aos 10 anos), mostram-se muito interessados pela educação financeira e levam esse conhecimento para casa, tornando-os mais responsáveis e menos ‘pedinchões’”, refere Mónica Rodrigues, professora, em nota de imprensa, para quem o projeto ‘No Poupar Está o Ganho’ “ajuda os alunos a desenvolverem as suas competências nas várias do saber, assim como nas disciplinas de português, matemática e cidadania”.

A turma 4ºC da Escola Básica de Abade de Neiva, em Barcelos, e o 3º/4º ano da Escola Básica de Crestins, na Maia, venceram o segundo e terceiro prémios, respetivamente. Foram ainda atribuídas as menções honrosas ‘Criatividade e Relevância’ à turma do 3ºC da EB de Monserrate (Viana do Castelo), ‘Apreensão de Conceitos’ à turma do 4ºD da EB de Currais (Maia) e ‘Replicabilidade’ à turma do 4ºD da EB de Folgosa (Maia).

Relativamente ao 2º Ciclo, a vencedora foi a turma 10 do 6º ano da Escola Básica Júlio Brandão, em Vila Nova de Famalicão, com o projeto ‘€UROGEST – ‘carteira’ digital’. “Este prémio representa o culminar de um trabalho feito ao longo deste ano letivo. Um ano bastante peculiar”, sublinha Carlos de Castro, professor, acrescentando que, por isso, “é com satisfação que recebemos este prémio que toca nas mais variadas áreas do conhecimento”. O docente salienta ainda que “os alunos aderiram muito bem ao projeto, sobretudo à plataforma online que os torna mais autónomos, pois esta tem fichas e filmes que eles podem aceder, cada um ao seu ritmo”, e que, “para além das vantagens que os alunos retiram deste projeto, também os próprios professores beneficiam da formação ministrada através da plataforma online”. O segundo e terceiro prémios foram atribuídos às turmas 5ºG da EB Nadir Afonso (Chaves) e 6ºC do Colégio de S. Gonçalo (Amarante).

A turma do 9ºD da Escola Básica e Secundária Santos Simões, em Guimarães, venceu o primeiro prémio da competição do 3º Ciclo, com o projeto em vídeo ‘Heróis Poupança’. “Embora tenhamos ficado muito surpreendidos, ficamos muito satisfeitos. Este foi um trabalho desenvolvido à distância, exigindo autonomia e um trabalho de equipa aos alunos. Com este projeto os jovens alunos aprenderam o valor do dinheiro, tornando-os mais conscientes do valor das coisas, dos rendimentos do agregado familiar, das despesas fixas e do que sobra. Este trabalho foi desenvolvido na formação cívica e que para além de toda a aprendizagem também contribuiu para a sustentabilidade ambiental, pois na altura de comprarem um mealheiro, optaram por o fazer”, afirma Carla Rocha, professora. O segundo prémio foi atribuído aos alunos da turma do 9ºE da EB 2,3/S de Vale Cambra.

Na competição do Ensino Secundário, a vencedora foi a turma CP2MM1 do 10º ano, da Eprami – Escola Profissional Alto Minho Interior, em Monção. “Vencer o primeiro lugar foi uma boa surpresa. Os alunos acolherem bem esta iniciativa, pois trata-se de temas utilizados no nosso dia a dia. Os jovens alunos perceberam que o dinheiro não cai do céu, e que desejo e necessidade são coisas muito distintas”, frisa Ana Paula André, esperando “que este projeto seja para continuar, tanto nesta escola como nas restantes espalhadas pelo país”.

Foi ainda entregue uma Menção Honrosa especial ao Município da Maia, por ter todas as turmas das escolas a participar no concurso, e concedida uma distinção de Melhor Trabalho, que foi escolhido com os votos do público, ao projeto da turma 9ºAD da Escola Básica de Dairas (Vale de Cambra).

O projeto ‘No Poupar Está o Ganho’, que teve como elementos do júri representantes da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, do Banco de Portugal, da Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares e da Associação Portuguesa de Seguradores, conta com o apoio do Portugal Inovação Social, através do Fundo Social Europeu.

“Este conhecimento deveria ser adquirido na escola e desde o Ensino Básico”

Na abertura da cerimónia de encerramento online, Maria Amélia Cupertino de Miranda, presidente da fundação, destacou o facto de as contingências impostas pela pandemia terem motivado a adaptação do programa de Educação Financeira. Assim, fruto desta situação, “o programa ganhará a partir da próxima edição uma modalidade 100% digital, permitindo que todos os momentos que envolviam presença física dos alunos possam, a partir de agora, ser realizados à distância. Até a visita ao Museu do Papel Moeda poderá agora ser realizada online! A versão 4.0 do projeto estará assim totalmente acessível através da plataforma de e-learning www.nopouparestaoganho.pt”, anunciou Maria Amélia Cupertino de Miranda.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também participou na cerimónia e, na sua intervenção, sublinhou que “as questões financeiras não são simples nem podem ser deixadas ao acaso, por isso, a aquisição de conhecimento permite compreender a complexidade desse mundo”. “Não se pode esperar que sem esse conhecimento o cidadão comum fique apto a tomar decisões certas sobre os seus rendimentos, os seus gastos ou os seus investimentos. Nesse sentido, defendo, há muito, que este conhecimento deveria ser adquirido na escola e desde o Ensino Básico”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

“Com o projeto ‘No Poupar Está o Ganho’, a fundação tem proporcionado estímulo e apoio a alunos e professores para que estes abordem com segurança a educação financeira em todos os níveis educativos. No poupar está o ganho. Na formação financeira dos portugueses está o futuro. No digital está uma aposta que é também uma revolução de futuro”, concluiu o Presidente da República.