O Prémio Nobel da Paz foi atribuído pelo Comité Norueguês do Nobel à paquistanesa Malala Yousufzai e ao indiano Kailash Satyarthi. A distinção foi feita aos dois ativistas “pela sua luta contra a repressão de crianças e jovens e pelo direito de todas as crianças à educação”, afirmou esta sexta-feira, em Oslo, Thorbjoern Jagland, presidente do comité, que alertou para o facto de o prémio ter sido atribuído a “um hindu e a uma muçulmana, um indiano e uma paquistanesa, que se juntam numa luta comum pela educação e contra o extremismo”.

Malala tem 17 anos e é a mais jovem vencedora de um Nobel. Luta desde muito cedo pelo direito à Educação, em especial pelo direito das mulheres à Educação, um trabalho que a levou já a ser distinguida pelo Parlamento Europeu (Prémio Sakharov). A jovem foi sempre uma voz ativa e, aos 13 anos, relatava num blogue para a BBC o quotidiano do seu país sob o regime do Tehrik-i-Taliban Pakistan. Foi vítima de tentativa de homicídio, mas permanece na luta pelo direito universal à Educação, acreditando que só assim é possível mudar o mundo.

Satyarthi tem 60 anos e é um ativista pelos direitos das crianças. Antigo engenheiro eletrónico, dedicou-se à luta contra o trabalho infantil, tendo fundado a organização Bachpan Bachao Andolan, que já retirou cerca de 80 mil crianças do trabalho escravo, levando-as à escola. É promotor de vários movimentos da sociedade civil e fundador da Campanha Global pela Educação.