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Estudo da OCDE analisa avaliação em Portugal

“O debate sobre o tema da reprovação está pouco informado, e muitas vezes as pessoas utilizam a reprovação como sinal de exigência e de qualidade do ensino, quando uma coisa não tem a ver com a outra”, adianta o coordenador do relatório sobre políticas de avaliação no ensino em Portugal, divulgado a 10 de abril, e analista principal na Direcção da Educação da OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, Paulo Santiago, em declarações à agência Lusa. 

Portugal tem níveis de reprovação nas escolas mais altos que a maior parte países, e um especialista da OCDE defendeu a definição de um sistema de apoio aos alunos com dificuldades de aprendizagem, para que possam progredir.“Os níveis de reprovação em Portugal são mais altos do que na maior parte dos países.” E, na Europa, os que mais reprovam são Portugal, Espanha, Luxemburgo e França.

A “excessiva” utilização do “chumbo” reflete o facto de “o quadro de avaliação não estar definitivamente centrado no aluno”, reduzindo as expetativas dos professores sobre os alunos, e o professor acaba por não investir tanto tempo no progresso do estudante, disse o especialista.

Trabalhos de investigação realizados concluem que “o chumbo não melhora o aproveitamento do aluno, reduz a sua auto-estima, aumenta o abandono escolar e, ao mesmo tempo, gasta recursos”, realçou.

Por outro lado, trata-se de “um problema de equidade, pois os resultados estão relacionados com o ambiente socio-económico do aluno e do contexto familiar, e o chumbo acaba por ser um elemento de exclusão do sistema para os alunos das famílias menos favorecidas”.

Para Paulo Santigo, “tem de ser montado um sistema de ajuda aos alunos que têm mais dificuldades de aprendizagem, como na Finlândia, e introduzir técnicas próprias nas escolas para dar o apoio necessário a que esses alunos possam progredir de forma satisfatória”.

Esta opção pode exigir mais, mas “é um investimento que pode ser recuperado pelo facto de os chumbos em si também requererem muitos recursos”, pois um aluno custa dinheiro e, se chumbar um ano, custa o dobro, explicou o responsável da OCDE.

Apesar do recente progresso, as qualificações dos portugueses mantêm-se baixas em relação à média da OCDE e, segundo os últimos dados disponíveis, de 2009, apenas 30%, entre os 25 e os 64 anos, tinham terminado os estudos secundários, quando a média nos países OCDE é de 73%.

a Página/Lusa 12-04-2012


  
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