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Breves de Livros


LEVANTANDO A PEDRA
Stephen R. Stoer
Luiza Cortesão
Edições Afrontamento
pp. 128

Quando alguém se passeia pela praia ou na floresta, os rochedos, as fragas, até as pedras, parecem ter estado sempre ali num estar calmo, feito de tempo e segurança. Mas se se ousar levantar uma destas pedras, um outro mundo se nos revela: pode descobrir-se toda uma turbulência resultante da coexistência entre diferentes seres vivos, de partilhas, de conflitos, de lutas pelo domínio do espaço e do alimento.
Com este livro, sem temer uma certa convivência com subjectividades, pretende-se, do mesmo modo que acontece quando se levanta a pedra, suscitar uma análise crítica de realidades múltiplas que vão das aparências mais visíveis à desocultação de processos que sob elas se tecem. A educação é um processo complexo, multireferencial, estruturado no tempo e no espaço em que o global e o local se entrecruzam, pelo que é na sua complexidade, na compreensão das relações dos problemas ocultos que a atravessam, que ela poderá ser entendida...


SABER VIVER A LINGUAGEM
Um desafio aos problemas de literacia

Maria da Graça Pinto
Porto Editora
pp. 271

O muito que se tem escrito e discutido, nos últimos tempos, sobre a situação da nossa literacia e da nossa cultura científica incentivou a autora desta obra a intervir de forma crítica - e tanto quanto possível construtiva - a respeito de tão actual e delicada problemática. Ressalta dos quatro estudos que integram o presente volume a aposta numa prática de linguagem oral a partir da pré-escola. Saber viver a linguagem - na qualidade de desafio aos problemas da literacia -, identificando de um modo imediato e exacto a natureza e função das formas linguísticas que a integram com vista a uma compreensão e produção oral e escrita correctas e sem hesitação, conduzirá sem dúvida ao êxito que se espera na vida escolar e, para lá dela, na vida profissional.


A METACOGNIÇÃO
Um apoio ao trabalho dos alunos

Michel Grangeat (coordenador)
Porto Editora
pp. 173

Nos nossos dias, tanto os formadores como os pais empenham-selegitimamente na aquisição de "métodos de trabalho" pelos alunos. Mas, muitas vezes, as aprendizagens metodológicas são apresentadas como um "suplemento para a alma", sem qualquer relação directa com os conteúdos de ensino, sem articulação com a construção da inteligência do aluno... e isto quando os alunos não são reenviados para os trabalhos de casa ou mesmo para a frequência de ?ateliers? privados.
O conceito de "metacognição" pretende acabar radicalmente com todas essas derivações e reintroduzir a "tomada de consciência" no seio do próprio acto de aprender como uma dimensão essencial deste. Propõe treinar sistematicamente o aluno a compreender o que faz quando trabalha, a estabilizar procedimentos eficazes, a distanciar-se para adquirir novos conhecimentos transferíveis e a melhorar a sua eficácia cognitiva...


POLÍTICAS CULTURAIS E EDUCAÇÃO

Michael W. Apple
Porto Editora
pp. 169

Existe a convicção de que as políticas "liberais" falharam e de que as respostas para os problemas sociais residirão num retorno às políticas e aos valores conservadores. À medida que esta ofensiva conservadora vai ganhando força na educação tornou-se alvo de ataques. Michael Apple proporciana-nos uma análise profunda dos actuais debates e, consequentemente, faz a denúncia das propostas de mudança apresentadas pelos conservadores. Apple dá-nos a conhecer as causas e os efeitos resultantes da integração das escolas nessa política e mostra quem poderá ser considerado vencedor e vencido à medida que a restauração conservadora se for fortalecendo.
Longe de defender o status quo, Apple sustenta que a índoleconformista e burocrática de muitos sistemas educativos tem, de facto, empurrado as pessoas para uma política de direita. "Contudo", diz ele, "numa época em que nos confrontamos com o desmantelamento maciço das conquistas que têm sido alcançadas, no que se refere a segurança social, direitos das mulheres, racismo, sexo, sexualidade e conhecimentos que sobre esses conceitos são ensinados nas escolas, é fundamental assegurarmo-nos de que estas conquistas sejam defendidas". Com esta dupla perspectiva, este livro constitui uma defesa eloquente da possibilidade de uma educação pública mais democrática.

EDUCAR PARA A CIDADANIA
Ilda Figueiredo
Edições Asa
pp. 93

Educar para a cidadania é um dos objectivos centrais de quem considera que a educação promove o desenvolvimento do espírito democrático e pluralista e forma cidadãos capazes de julgarem com espírito crítico e criativo o meio social em que se integram e de se empenharem na sua transformação progressiva.
Assim, assume particular importância a clarificação de alguns conceitos, a análise de princípios do nosso sistema deducativo e a reflexão sobre práticas comuns, com o objectivo de traçar caminhos que permitam que a cidadania, tal como a liberdade, não se imponham, mas se construam, organizando-se como uma tarefa que deve ser o próprio cerne da educação de crianças e jovens em fase de formação da sua personalidade e que se pretende que sejam cidadãos responsáveis.


EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA
Teoria e práticas

Maria Praia
Edições Asa
pp. 96

Sendo a educação para a cidadania uma responsabilidade que se requer da escola, perante as transformações histórico-sócio-morais que se estão a dar na sociedade actual, essa responsabilidade tem um maior grau de exigência. A escola prepara cidadãos de hoje e para hoje, sim: porém, tem de fazê-lo, necessariamente, a pensar no amanhã. Um amanhã que não precisa de ser muito longínquo para que deixe antever muitas surpresas, algumas de contornos ainda dificilmente antecipáveis, decorrentes de uma sociedade em significativas mutações. Face a esta constatação, urge incluir como preocupaçãoe tarefa da escola a educação para a cidadania orientada no sentido de estimular as pessoas a desenvolverem as suas competências de cidadãos construtivamente intervenientes.


BOCAGE, ELE MESMO!
Fernando Cardoso
Editora Portugalmundo
pp. 128

"Nesta obra o autor consegue, após muito estudo e investigação, dar ao grande público uma imagem tão próxima quanto possível do real, autêntica, verdadeira de Bocage, correctora da figura de um poeta imortal, mal conhecido, ou mesmo desconhecido, distorcido até, pelos menos informados, através de uma narrativa vívida e dinâmica, em que o factor humano sai relevado".
"É uma obra extremamente importante quer pela fidelidade à verdadeira dimensão interior do poeta quer porque retrata a sociedade decadente da época quer ainda porque pode, quando se revele inviável uma representação completa ou parcial, ser objecto de leitura comentada a nível escolar".
(comentários retirados do prefácio)


EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E CULTURAS
Revista da Associação de Sociologia e Antropologia da Educação
Edições Afrontamento
pp. 258

"Este número da revista Educação, Sociedade e Culturas é marcado, de variadas formas, pelo conceito de multiculturalismo. de facto, o conceito não é só trabalhado em termos do seu significado a partir de campos diferentes (o jazz e o desporto nos artigos de David Rodrigues e Marco Paulo Stigger), como é relacionado com a educação intercultural e o potencial papel da Antropologia da Educação no campo da formação de professores (no artigo de Ricardo Vieira). O artigo de Michel Wieviorka, que abre este número, apresenta o conceito através de uma análise da sua história recente em vários países, incluindo a Suécia, a França, o Canadá e os Estados Unidos. Na base desta análise, o mesmo autor questiona a relevância e a utilidade do conceito para os dias de hoje (...).
Este número também inclui dois artigos sobre os efeitos do género na reprodução social. O artigo do espanhol José Maria Valcuende del Rio, aborda, na base de uma análise de uma localidade chamada Ayamonte a questão do processo de enculturação dos indivíduos pela religião, focalizando os distintos papéis jogados pelos homens e pelas mulheres nesse processo (...).
A secção recensões é composta por três trabalhos que assumem dimensões bastante inovadoras. O primeiro é constituído por um debate entre Telmo caria e os Xaviers, Bonal e Rambla, autores do artigo "A importância da reflexividade na sociologia da educação" que publicámos no número nove. O segundo trabalho foi realizado no âmbito da disciplina Educação, Cidadania e Género da licenciatura em Ciências da Educação da FPCE-UP. Trata-se de uma fascinante conversa imaginária entre Simone de Beauvoir e Anthony Giddens por via de cartas onde as suas ideias são revividas, "fazendo emergir projectos reflexivos comuns, apesar da diferença temporal das suas vidas"(...) A revista fecha com a publicação do texto da arguência de Licínio Lima nas provas públicas de Doutoramento em Educação de Almerindo Janela Afonso. (...)".
(Retirado do editorial)


  
Ficha do Artigo
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Edição:

N.º 87
Ano 8, Janeiro 2000

Autoria:

Redacção

Redacção

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