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Grupo japonês anuncia 'tribunal popular' sobre bombas atómicas dos EUA

Militantes pacifistas japoneses anunciaram nesta segunda-feira que criarão um 'tribunal popular' sobre as bombas atómicas de Hiroshima e Nagasaki que poderá declarar os Estados Unidos responsáveis por crimes de guerra. 
Cerca de trinta académicos, advogados e militantes pacifistas começarão o julgamento no princípio do próximo ano, por ocasião do 60.º aniversário dos bombardeamentos, e devem anunciar o veredicto a Washington nos primeiros meses de 2006.
Os acusados poderião ser os principais responsáveis pela decisão dos bombardeamentos: o falecido presidente americano Harry Truman, o secretário de Guerra, Henry Stimson, Robert Oppenheimer e outros cientistas e o pessoal militar que levou a ordem por diante.
Este grupo de pacifistas japoneses convidou peritos em direito internacional para actuarem como  promotores e juizes.
A bomba atómica, lançada em Hiroshima, matou cerca de 140.000 pessoas ? quase metade da população da cidade naquela época ? imediatamente, ou nos meses seguintes, devido às feridas causadas pela radiação ou por espantosas queimaduras.
Três dias mais tarde os americanos deixaram cair outra bomba atómica em  Nagasaki, que fez  mais de setenta mil mortos.
Paul Tibbets, o piloto do avião Enola Gay B-29, que lançou a bomba sobre  Hiroshima no primeiro ataque nuclear da história, é a única pessoa viva que poderia ser condenada pelo tribunal.
No entanto, não há qualquer possibilidade de o Governo americano tomar medidas contra o piloto, no caso de ele ser considerado culpado, reconheceu Toshiyuki Tanaka, um membro do grupo e professor sobre crimes de guerra no Instituto da Paz da Universidade de Hiroshima.
"O nosso objectivo, na verdade, é estimular o movimento para abolir as armas nucleares", explicou.


  
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Edição:

N.º 141
Ano 14, Janeiro 2005

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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