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Propinas em Angola

Os alunos angolanos, que durante 25 anos beneficiaram de um sistema de ensino gratuito, deverão começar em breve a pagar propinas, de acordo com informação divulgada pelo ministério da Educação e Cultura daquele país. No entanto, garante o ministério, os alunos mais pobres não serão afectados por esta medida.

Angola conta actualmente com cerca de 2 mil escolas públicas (ensino básico e secundário) que acolhem quase 1 milhão e 800 mil alunos, a par com 250 estabelecimentos de ensino privados, criados no início dos anos 90. Actualmente, apenas 25% dos estudantes finalizam os estudos primários no ensino público, segundo o ministério. Recorde-se que o reacender da guerra civil em Angola levou ao encerramento de pelo menos 80% das escolas desde 1998.

Um estudo lançado pela ONU no final de Outubro do ano passado, em Luanda, recomendava às autoridades a introdução de propinas como forma de melhorar a qualidade do ensino. No mesmo estudo, aconselhava-se igualmente a isenção de pagamento para as crianças entre os 6 e os 8 anos como forma de encorajar o acesso à escola e de combater o analfabetismo, que se estima atinja 60% dos 12 milhões de angolanos.

Ao mesmo tempo, a Unicef recomendou recentemente aos governos africanos que, no quadro de luta contra a sida, abulam as propinas no ensino primário. Sob a ameaça de epidemia, as crianças devem poder ir à escola como local de aprendizagem, de integração, de estabilidade e de informação vital para a luta contra a sidaó, declarou Carol Bellamy, directora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância.

(AFP)


  
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Edição:

N.º 98
Ano 10, Janeiro 2001

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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