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O drama de ser jovem e mulher na América Latina
(AFP)

A maioria das meninas e adolescentes da América Latina vive na pobreza e ainda são o principal alvo da violência e dos abusos sexuais, segundo estudos de entidades ligadas à Organização das Nações Unidas (ONU). Há dois anos, a ONU advertiu em Santiago do Chile, que apesar dos avanços implementados pelos governos, ainda existem sérias situações de exclusão e de desigualdade, que afectam principalmente as meninas e mulheres mais pobres. Acredita-se que mais da metade dos 450 milhões de habitantes da região vive abaixo da linha de pobreza, a maioria mulheres, principalmente meninas e adolescentes.
"Na América Latina, fala-se de feminização da pobreza como um fenómeno crescente nas últimas décadas", advertiu recentemente a Comissão Económica para a América Latina e Caraíbas (Cepal). De acordo com as pesquisas, muitas meninas têm que de assumir as tarefas domésticas desde cedo e abandonar a escola para procurar trabalho ou cuidar dos irmãos menores.
Além do trabalho doméstico, que nem sequer é contabilizado nas estatísticas oficiais, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que na América Latina e nas Caraíbas trabalhem cerca de oito milhões de meninos e meninas entre os 10 e 14 anos de idade, estimando-se que 40 milhões de crianças e adolescentes vivam nas ruas, expostos às drogas, à prostituição e à violência. Além disso, a curva estatística de gravidez na adolescência continua a crescer.
O Fundo para a Infância das Nações Unidas (Unicef) acredita que mais de 50% das jovens menores de 17 anos na região são activas sexualmente e que dos 13 milhões de partos registados por ano, pelo menos dois milhões acontecem com adolescentes entre 15 e 19 anos."A maternidade significa para muitas adolescentes um travão para a educação e para o seu desenvolvimento pessoal. Quase metade das mulheres que não conseguem terminar a escola primária são mães na adolescência", segundo a Unicef.
As doenças também as cercam. A Unicef afirma que, em 1998, dos 400 mil latino americanos contaminados com Sida, 8 mil eram meninos e meninas menores de 14 anos. O abuso sexual na família começa entre os cinco e os nove anos, segundo as pesquisas. "Em 50% dos casos, os agressores convivem com os meninos e meninas e 75% dos agressores são familiares", segundo a Unicef.

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@ 1999 Agence France-Presse

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e
Ano 9, Dezembro 2000

Autoria:

AFP
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