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A cadeia de informação para a superação cultural

Formalmente a educação no Brasil é tida de maneira universal, sem se preocupar com as especificidades locais, como as desfasagens culturais. O fracasso escolar pode ser entendido: como o fracasso individual e o fracasso do sistema como um todo. O avanço tecnológico, que afeta tanto o indivíduo quanto o sistema, apresenta inovações na forma de ensino, agravando ainda mais as diferenças culturais existente no país .

Nas últimas décadas têm ocorrido um grande e rápido avanço na transmissão de informações caracterizado pela evolução da informática em conjunto ao rápido desenvolvimento das telecomunicações. Isto tem modificado o modo de pensar e agir, no nosso cotidiano. Estes modos, têm sido sistematicamente alterados, onde se visa a desburocratização, ou seja, a otimização de processos passou a ser fator determinante de decisão no processo globalizado.

A difusão deste novo modo de agir e pensar vem sendo implementado rapidamente, não oferecendo o tempo necessário para a total adaptação dos indivíduos com as novas tecnologias.

Nesta direção, podemos nos questionar quanto à utilização precoce destas novas tecnologias no ensino fundamental.

Desta forma, deve-se trabalhar na escola com profissionais responsáveis da educação que mapeem os sites na internet a ser utilizados e os conteúdos relevantes para a formação dos educandos.

A utilização precoce pode trazer benefícios ou ratificar o fracasso escolar e assim não contribuir para que os indivíduos tenham investimento no capital cultural, mantendo-o deficitário e prevalecendo o grande índice de fracasso escolar. Nessa perspectiva, se há muitas informações e se há facilidades para acessá-las, devemos nos precaver da qualidade desse material, procurando direcionar e analisar os conteúdos que deverão interagir com os nossos educandos.

Nesta direção, o processo de educação não se pode fundar em uma eficiência embasada na informática e telecomunicações visando baixos custos com material humano.

Investe-se em tecnologia, colocando-a como o ponto principal para o aprendizado, esquecendo que a informática é um suporte que nos transmite informações e que por sua vez temos que ter como direcionador dessas atividades um profissional da educação.

Todos os conteúdos que podem ser passadas por esta rede (internet) onde o tempo não significa impossibilidade de adquirir conhecimentos, podem se tornar uma grande "arma" cultural para superar as defasagens de Capital Cultural das crianças de meio social despreviligiado, assim proporcionando um ensino de qualidade com informações culturalmente legítimas e socialmente valorizadas, elevando o nível de aprendizado ensino dos alunos e não o excluindo do mundo das informações valorizadas que é necessário para sua formação, sem nivelar o ensino por baixo, ou seja, devemos partir da realidade do educando mas não devemos manter-nos nelas, mas sim desenvolve-las aumentando o capital cultural dos educandos.

Para que isto aconteça é necessário garantir a formação dos profissionais da educação para utilizar todos os aparatos que estão em volta a favor da grande massa de alunos desqualificados.

Com o restruturação do capital cultural, proporciona-se condições para que os indivíduos se integrem na sociedade como cidadãos que tenha condições de exigir os seus direitos.

Luciana Renata Muzzeti
Estudante de Mestrado do Programa de Pós graduação em Educação
Universidade Estadual Paulista (UNESP)
Faculdade de Ciências e Letras (FCL)
- Araraquara- SP- Brasil.


  
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Edição:

N.º 94
Ano 9, Setembro 2000

Autoria:

Luciana Renata Muzzeti
Universidade Estadual Paulista (UNESP), Brasil
Luciana Renata Muzzeti
Universidade Estadual Paulista (UNESP), Brasil

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