A dor vai ser objecto de investigação na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e no Hospital de S. João (Porto) no quadro de um protocolo de colaboração que envolve a Fundação Calouste Gulbenkian e a Fundação para a Ciência e Tecnologia. Assinado no final de Março, o protocolo visa melhorar as condições básicas da fisiopatologia da dor, melhorar o ensino dos mecanismos e tratamento da dor e implantar as condições de funcionamento da consulta pluridisciplinar da dor. Com uma duração de três anos, e dotado de uma verba de 41 mil contos atribuída pela Gulbenkian, o projecto pretende, para além das consequências directas nos cuidados de saúde, estimular outras instituições interessadas na problemática. A Faculdade de Medicina vai implementar dentro do currículo pré-graduado o ensino da algologia ? ciência que estuda a dor em todas as suas dimensões. Paralelamente, e em conjunto com o Hospital de S. João, deverá disponibilizar os meios humanos, técnicos e logísticos necessários à execução do projecto, cabendo à Fundação para a Ciência e Tecnologia apoiar a investigação. Para lá da sua importância na humanização dos cuidados de saúde, o problema da dor tem importantes consequências económicas. Segundo dados da Fundação Gulbenkian, a dor afecta entre 30% a 60% da população, sendo responsável, nos países industrializados, por despesas directas e indirectas (medicamentos e absentismo) que rondam 2,5% do produto interno bruto.
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